Cuiabá, sexta-feira, 19/04/2024
13:44:53
informe o texto

Notícias / Política

27/11/2020 às 11:04

Debate na TV é marcado por baixaria, ataques e poucas propostas

Da Redação - Kamila Arruda / Reportagem Local - Camilla Zeni

Debate na TV é marcado por baixaria, ataques e poucas propostas

Foto: Amanda Simeone / Playagora

O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e o vereador Abílio Junior (Podemos), se enfrentam em mais um debate neste segundo turno das eleições na Capital. O “confronto” está sendo realizado pela TV Villa Real e marcado para as 11h. 

Na frente da emissora, apoiadores de Emanuel Pinheiro marcaram presença com carro de som e fantasiados de fantasmas. Na chegada, somente o prefeito falou com a imprensa e disse que pretende apresentar propostas. Já Abílio optou por não conversar com os repórteres. 

"Esta é uma oportunidade de comparar a biografia e a história de vida, quem tem mais serviço prestado, mais proposta, mais experiente e equilibrado, mais sereno. Quem tem condições de enfrentar o desafio e a honra que é administrar uma cidade como Cuiabá preparando um futuro promissor, estamos preparados e uma gestão bem avaliada pela população e a verdade vai vencer a fake news", afirmou Emanuel ao chegar.

Além dele, o marqueteiro de Emanuel, Carlos Rayel, também falou com a imprensa e disse que é uma oportunidade de apresentar propostas e garantiu que os escândalos de corrupção atribuídos ao prefeito já foram explicados no programa eleitoral, ao contrário do adversário que não veio explicar a questão dos parentes fantasmas. 

Por outro lado, Gisela Simona que acompanhou Abílio falou com a imprensa e reforçou que o candidato vem aprendendo na campanha a ter maturidade para ouvir as prospotas. Tentou amenizar às críticas feitas pelo aliado à imprensa e ressaltou a importância do debate. "Reconheço a seriedade do grupo, nos últimos dias ocorreram muitas fake News e esta é uma oportunidade de falar a verdade. Não vejo como recusa e sim uma opção de falar após o debate", afirmou.

Felipe Wellaton, candidato a vice de Abílio, falou também com os repórteres e acabou também comentando sobre a abordagem com a imprensa. "Ele veio para o debate e vai discutir com a população cuiabana. Temos respeito à imprensa cuiabana, mas não temos respeito por veículos que são financiados por dinheiro público do cidadão para fazer ataques". 

Primeiro bloco

Apesar de não ter tido confronto direto, a troca de farpas entre os postulantes ao comando do Palácio Alencastro marcou o primeiro bloco do debate. Temas como o caso do paletó, verba indenizatória, apoiadores e pandemia foram lembrados pelos jornalistas que foram sorteados para fazerem perguntas.

O atual chefe do Executivo Municipal foi questionado por duas vezes sobre a gravação em que ele aparece colocando maços de dinheiro nos bolsos do paletó. Foi apontado, inclusive, que o servidor usado por ele em programa eleitoral para defender sua honra é investigado por falso testemunho.

Emanuel garante que irá provar sua inocência na Justiça com base em provas documentais e testemunhais, e ainda ratifica as declarações de Valdeci Cardoso, que foi o servidor responsável por instalar a câmera que realizou a referida gravação, é testemunha do MPF no processo. 

“Se ele serve como testemunha de acusação imagina a credibilidade que ele tem. Temos um grande rol de provas documentais e testemunhais e vamos provar que nada tenho a ver com esse mar de lama”, disse.

Ele também foi questionado sobre a sua influência na Câmara de Cuiabá, especialmente no processo de cassação do vereador Abílio Junior. O emedebista nega que tenha interferido no processo por meio dos vereadores de sua base aliada, e garante que sempre respeitou a independência dos poderes.
“Eu sempre tive uma relação institucional e republicana com o Legislatico. Não me envolvo nos assuntos da Câmara, prova disso é que criaram uma CPI absurda, não questionei na justiça e deixei que o legislativo cumprisse o seu papel”, colocou.

Já Abílio foi questionado sobre a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), e disse que não irá seguir a mesma linha da atual gestão caso a segunda onda do vírus seja confirmada na Capital.

“Precisamos parar com as brigas, para de brigar com o governo do estado, governo federal, parar de politicagem. De maneira nenhuma vamos fazer rodízio de CPF, de maneira nenhuma vamos fazer rodízio de placa de carro, de maneira nenhuma vamos reduzir a frota do transporte coletiva. Precisamos de medidas serias”, pontuou.

Ele ainda se posicionou sobre os gastos com a verba indenizatória e sobre a ideia de Cuiabá ter dois prefeitos, se caso ele seja eleito prefeito de Cuiabá neste domingo, dia 29.

“Não é arriscado dois governando no mesmo poder e vamos mostrar que isso é possível. Não temos compromisso com partidos políticos e nem lotearemos a máquina público como é feito na atual gestão. Temos compromisso com a população cuiabana”, disse.

Segundo bloco

O clima entre os candidatos a prefeito de Cuiabá esquentou no segundo bloco do debate. O confronto direto elevou os ânimos dos postulantes ao comando do Executivo Municipal, que passaram a trocar acusações, e tiveram que ser contidos pelo mediador.

Emanuel começou a nova dinâmica perguntando para o seu adversário sobre educação infantil. Abílio aproveitou a oportunidade para criticar o atual gestor, afirmando que durante quatro anos a frente da Prefeitura de Cuiabá, ele criou apenas duas mil vagas para atender a educação infantil.

Ele ainda garante que estudando possibilidade de fazer parceria com a iniciativa privada e criar as 2 mil vagas já no primeiro ano, além de promover reforma de creches e fazer uma reformulação no ensino. “Não é só dar uniforme, temos que trabalhar na qualidade da educação”, completou.

O chefe do Executivo Municipal rebateu dizendo que “combatendo os fantasmas do Abílio conseguimos melhorar a educação e ampliar o número de vagas”. 

A discussão ficou acalorada entre os candidatos. “Não entendi porque ele está agressivo, a gestão é sua, o senhor é prefeito. Eu fiscalizo o trabalho que o corrupto faz. Fica tranqüilo que não precisa me provocar”, continuou Abílio. 

Diante da troca de acusações, o apresentador Antônio Carlos interferiu e pediu respeito ao eleitor que vai às urnas no domingo. Apesar disso, os ataques continuaram.

O vereador questionou Emanuel sobre o rodízio de CPFs e placas de carros que o atual prefeito pretendia fazer na cidade. A pergunta revoltou Emanuel, que classificou Abílio como o “pai da mentira”.

Abílio continuou a provocar perguntando sobre a derrota de diversos dos seus aliados nas urnas no último dia 15. “Não baixe o nível, vamos falar de propostas de idéias. O senhor não sabe a diferença de dívida pública e dívida ativa
. Agora, perder e ganhar faz parte da vida, candidato mais despreparado da historia de Cuiabá”, colocou.

Terceiro bloco

No terceiro bloco do debate, os candidatos voltaram a responder as perguntas dos jornalistas, e deram continuidade as trocas de acusação. Emanuel foi questionado sobre a suposta compra de um veiculo de imprensa, e não poupou críticas ao seu adversário ao responder.

"É uma leviandade do pai de mentira. Ele passou três anos e meio de mandato só xingando e tendo espaço na imprensa, sem apresentar projetos. Ele não conseguiu fiscalizar e agora quer esculhambar a imprensa por falar a verdade", rebateu

Em seguida, foi à vez de Abílio justificar o seu posicionamento quanto aos empréstimos que foram aprovados pela Câmara de Cuiabá. O vereador votou contra. “Eu sou contra empréstimo para esse prefeito, sou contra passar a esse prefeito qualquer dinheiro que possa ficar no paletó”, alfinetou.

A troca de farpas não parou por aí. Ao responder outra pergunta, Emanuel disse que tem medo de Abílio não dar continuidade nas obras que estão em andamento na cidade, caso ele vença as eleições.

Para ele, o vereador é despreparado e irá desmontar a cidade. “Espero que dê continuidade, mas eu temo. A população está vendo que ele é o mais despreparado. Ele não conseguiu responder sobre capacidade de endividamento. Eu temo, porque ele pretende fechar o HMC, quer acabar com kit escolar, quer desmontar o serviço público, desempregando 3 mil servidores. Cuiabá, abre o olho. Ele não tem sequer uma linha lógica de raciocínio”, disse o prefeito.
 
Quarto bloco


O quarto bloco foi ainda mais acalorado. Os candidatos a prefeito de Cuiabá utilizaram todo o tempo para fazerem ataques pessoais, que até interferiram no decorrer do debate, que teve ser pausado pelo intermediador por duas oportunidades.

Ofensas como corrupto, desesperado, desequilibrado, fantasma e mentiroso foram utilizados a todo o momento pelos postulantes ao comando do Palácio Alencastro.

“Prefeito desesperado, mentindo desequilibradamente neste debate. Desesperado por perder a boquinha na prefeitura de Cuiabá”, disse Abílio ao garantir que irá reduzir os cargos comissionados e acabar com o apadrinhamento político, caso seja eleito.

“Fantasma mimado, pai do nepotismo cruzado e agora está pagando de moralista. É um falso moralista, o senhor é despreparado e não está sabendo debater”, rebateu Emanuel.

Abílio aproveitou a pergunta de um jornalista para garantir que não irá lotear secretarias, e afirma que o apoio da ex-superintendente do Procon Estadual Gisela Simona (PORS) não está condicionado a cargo.

De acordo com ele, isso é uma “mentira” propagada pelo atual prefeito. “É desespero, ele vai perder o foro privilegiado, ele pode ser preso a partir de janeiro”, completou.

Direito de resposta 

Por conta da troca de acusações entre os candidatos, a produção do debate concedeu dois direitos de respostas, sendo um para cada postulantes.

O primeiro a utilizar o espaço foi o vereador. “O desespero do adversário é muito grande, ataca as igrejas, os fies e nós não temos nenhum compromisso com o time do paletó. Eu fico preocupado com as mentiras que estão sendo propagadas aqui e quer garantir que não vamos fechar o HMC, não vamos parar com o contorno leste. É muita mentira, muito fakenews, isso é medo de perder o foro privilegiado. Eu até tenho uma certa dívida se ele não gravou os vereadores para fazer delação premiada após ser preso pela política federal”, disse o parlamentar.

Emanuel utilizou o seu direito de resposta em seguida e citou o desespero de Abílio. “Vocês estão vendo a face do candidato que é conhecido em Cuiabá pelo desequilíbrio. Ataca as mulheres, ataca os servidores públicos, mostrando total despreparo”, colocou.

Confronto


Ainda no quarto bloco os candidatos tiveram a oportunidade de fazer perguntas entre si novamente. Enquanto o atual chefe do Executivo Municipal insistia em perguntar ao vereador sobre a diferença de dívida pública e dívida ativa, Abílio questionava o emedebista sobre o valor que Emanuel pegou do ex-governador Silval Barbosa.

Abílio também questionou o gasto da prefeitura de R$ 15 milhões com semáforos inteligentes em Cuiabá. De acordo com ele, os equipamentos foram colocados e retirados das rotatórias. “Estão abandonados no pátio da Semob”, colocou.

“Foi uma aquisição que teve questionamentos, mas depois foi sanado. Passou pelo crivo do TCE e Cuiabá começa a plantar a semente do futuro. E fala que foi colocado na rotaria e tirado, mas a gestão é assim, não se tem compromisso com o erro. Se der errado a gente tira”, afirmou Emanuel.

"Inteligente é quem deu o golpe em Cuiabá com uma adesão que daria para asfaltar três bairros de Cuaibá", disse Abílio.  

Outro tema abordado por Abílio foi com relação à coleta de lixo. Ele afirma que os gastos com lixo de R$ 19 milhões para R$ 40 milhões durante a atual gestão. 

“Candidato lixo fazendo pergunta sobre lixo”, afirma Emanuel ai especificar as ações realizadas pelo município no setor.

Quinto bloco

Direito de resposta
Os candidatos voltaram a ter direito de resposta concedido pela produção do programa por ofensas feitas durante o quarto bloco. O primeiro a utilizar o espaço foi o atual prefeito.

“Peço desculpas a população pelo desequilíbrio conhecido do nosso adversário. Peço que avaliam a nossa gestão, fizemos mais com menos”, disse o emedebista ai listar as denúncias feitas contra Abílio nos últimos dias.

Abílio também teve direito de resposta concedido. “O diabo veio para matar, roubar e destruir. Se a bíblia fosse escrito hoje eu diria que o diabo veio para matar, roubar, destruir e colocar dinheiro no paletó”, disse.

Após os diversos ataques, os candidatos retomaram o debate de propostas, sem deixar de lado as alfinetadas. Temas como o desenvolvimento do Distrito Industrial e a Agencia de Regulação do município.

Abílio acusa o prefeito de não dar atenção ao distrito Industrial, e de utilizar a Arsec para fazer manobrar para aumentar os valores das tarifas na Capital.
Emanuel, por sua vez, rebate e classifica o vereador como “candidato fake”.

Direito de resposta


Os candidatos a prefeito de Cuiabá tiveram novo direito de resposta concedido. Abílio justificou as acusações de que ele teria surrupiado materiais adquiridos pela igreja Assembleia de Deus.

“Nunca fui responsável por compra, por negociação, nunca comprei um tijolo pra igreja. Na tenho envolvimento nenhum na compra de materiais”, garantiu.
Já Emanuel rebateu as acusações de que estaria atuando em favor da concessionária de saneamaneto, Águas Cuiabá.
 
 
 
 



 
Clique aqui, entre na comunidade de WhatsApp do Leiagora e receba notícias em tempo real.

Siga-nos no Twitter e acompanhe as notícias em primeira mão.


 

1 comentário

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do site. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

  • Marcia Cavalcante 28/11/2020 às 00:00

    Infelizmente é o jeito do Candidato Abílio fazer política.. briguento, barulhento, imaturo... !!!!Quem sabe agora com a paternidade, possa amadurecer um pouco!!!!!

 
Sitevip Internet