Silvio Corrêa reclama de excesso de prazo e informa ao STF que vai retirar tornozeleira
O ex-chefe de gabinete de Silval apontou que deveria ter tirado a tornozeleira um ano atrás e que já cumpriu com os termos do seu acordo de delação premiada
Silvio César Corrêa, ex-chefe de gabinete do ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa, informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a retirada da tornozeleira eletrônica, pela qual é monitorado desde 2016. Segundo seus advogados, o Estado tem sido omisso quanto ao seu acordo de colaboração premiada, fato que o levou a, por conta própria, pedir a retirada do objeto.
Em petição assinada em 24 de novembro, os advogados lembraram que Silvio Corrêa é delator premiado, e apontaram que não estaria tendo o acordo de delação cumprido por parte do Estado.
Argumentaram que "o que tinha de cumprir, em nível obrigacional com o Estado, foi cumprido pelo colaborador", sendo que as parcelas acordadas foram pagas. Ainda, que o prazo determinado no acordo de delação já está ultrapassado em quase um ano.
Contudo, segundo os advogados, os pedidos de expedição de guia para cumprimento da pena não foram sequer apreciados pela Justiça mato-grossense. O fato foi chamado de "ultrajante" pelos advogados, porque impõem ao delator uma condição "excessivamente superior ao que estava obrigado".
"O descaso Estatal, escracho e evidente, faz o colaborador seguir 'preso' ao objeto que o estigmatiza, por lapso que já se torna ultrajante, porquanto excessivamente superior ao que estava obrigado", diz trecho do documento.
Os advogados resolveram, então, comunicar ao STF que Silvio Corrêa vai comparecer à Central de Monitoramento Eletrônico de Mato Grosso, com o acordo de colaboração premiada em mãos, para pedir a retirada da tornozeleira eletrônica.
O documento, assinado pelos advogados Délio Lins, Délio Lins Júnior, Valber Melo e Felipe Maia Broeto, entrou para análise do ministro Dias Toffoli nesta sexta-feira (27).
Delação
Silvio Corrêa foi delator assim como o ex-governador Silval Barbosa. Chefe de gabinete do governo, ele foi o responsável pela gravação das imagens que flagraram diversos políticos mato-grossenses recebendo valores de propina no gabinete.
Segundo a delação, os valores entregues se referiam a mensalinhos que eram pagos a deputados e ex-deputados da Assembleia Legislativa, para aprovação de mensagens de interesse do Executivo.
O ex-chefe de gabinete de Silval foi preso em 2015 e em 2016 teve a prisão preventiva convertida para prisão domiciliar. Ele ofereceu como garantia um imóvel avaliado em R$ 472,9 mil.
Clique aqui, entre na comunidade de WhatsApp do Leiagora e receba notícias em tempo real.
Siga-nos no Twitter e acompanhe as notícias em primeira mão.
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nosso site, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.