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Notícias / Polícia

01/12/2020 às 15:01

Perícia fica desfalcada e prejudica produção de provas criminais em regional

Somente dois peritos criminais lotados em Confresa (1.167 km ao Nordeste) vão acumular o atendimento em toda a região até fevereiro

Leiagora

Perícia fica desfalcada e prejudica produção de provas criminais em regional

Foto: Reprodução

As ocorrências que precisam da Perícia Criminal na região Norte do Araguaia poderão ficar sem atendimento nos próximos meses. Assim, homicídios, acidentes de trânsito, crimes ambientais e outros inquéritos policiais podem sofrer atrasos ou ficar desfalcados. Somente dois peritos criminais lotados em Confresa (1.167 km ao Nordeste) vão acumular o atendimento em toda a região até fevereiro. O efetivo, que já era baixo, recentemente perdeu um perito removido para atender outra região do Estado.

Agora, com poucos profissionais, não é possível fechar uma escala de trabalho que contemple o mês. “Nós estamos com 2 peritos criminais, 4 médicos legistas e 1 técnico de necropsia na gerência de Confresa. É muito pouco para atender 11 municípios da região. Pelo menos 15 dias em dezembro e janeiro ficarão descobertos”, destacou a coordenadora da Politec em Barra do Garças, Cristiane Pernet.  

A Regional de Confresa atende municípios longínquos. No caso de Novo Santo Antônio, os profissionais precisam se deslocar 267 km, a maior parte em estrada de chão, para chegar aos locais de crime. Para percorrer 188km até Santa Cruz do Xingu são 3 horas de estrada. Além destas cidades, são atendidos pela gerência os municípios de Porto Alegre do Norte, Vila Rica, Canabrava do Norte, Alto Boa Vista, São Félix do Araguaia, Luciara, Santa Terezinha e São José do Xingu. 

O presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais Criminais (Sindpeco), Antônio Magalhães, destaca que há necessidade de mais Peritos Criminais. “Há anos estamos mostrando que falta Peritos Criminais no Estado e que a situação vem se agravando, mas infelizmente não existe um plano de investimento e ampliação dos quadros da Perícia Oficial em Mato Grosso. Exceto quando se precisa de resultados rápidos, que os peritos sempre dão jeito de entregar, muitas vezes com recursos do próprio bolso, o Governo nem lembra que existimos dentro da Segurança Pública”, destacou. 

Em todo o Estado o problema é semelhante. Na regional de Juína, são cinco peritos criminais, quatro médicos legistas (dois estão licenciados) e dois técnicos em necropsia. Esses servidores são responsáveis por atender a Perícia Oficial em 7 municípios da região Noroeste, cujo o maior problema também são as distâncias em estradas não pavimentadas. 

Antônio Magalhães destaca que sem o trabalho adequado da Perícia Criminal, a impunidade favorece a criminalidade: "Sem o perito produzindo provas nos processos criminais a justiça fica sem parâmetros para condenar ou inocentar e a sensação de impunidade, com o prende e solta, acaba favorecendo o mundo do crime em detrimento da sociedade".
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