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02/12/2020 às 07:16

Novo hospital da UFMT deve dobrar demanda por profissionais e concursos ficam para 2021

Segundo o reitor Evandro Soares, a pandemia da covid-19 inviabilizou a contração de novos profissionais.

Da redação - Maria Clara Cabral / Da reportagem local - Camilla Zeni

Novo hospital da UFMT deve dobrar demanda por profissionais e concursos ficam para 2021

Foto: Mayke Toscano/Secom-MT

As obras do novo Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) foram retomadas a partir dessa terça-feira (1º) em Cuiabá. O local, com cerca de 120 hectares de extensão, deve ampliar a capacidade de atendimento e, consequentemente, terá maior demanda por estrutura e profissionais.

“Vamos precisar dobrar a quantidade de profissionais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares”, afirmou o reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Evandro Soares, durante evento de assinatura da ordem de serviço.

O HUJM é gerido pela EBSEHR e atende especialidades como ginecologia e obstetrícia, clínica médica e cirúrgica, oftalmologia, UTI pediátrica e neonatal. Com o novo hospital, os serviços serão com os mesmos, com possibilidades de ampliação.

O déficit de profissionais, no entanto, já é uma realidade na unidade há alguns anos, sendo motivo de greves devido à falta de concursos para reposição de vagas de servidores federais aposentados.

Segundo o reitor, a pandemia da covid-19 inviabilizou a contração de novos profissionais. Ele afirmou que concursos devem ser realizados em 2021 para que “até final do ano que vem os servidores federais possam voltar ao hospital e compor essa equipe”, diz.

“Em paralelo, estamos negociando com a EBSERH para que ela também possa contratar profissionais técnicos para fazer não apenas a questão do serviço de atendimento à saúde, mas também a preceptoria dos estudantes de medicina e enfermagem e da residência profissional”, complementou.

Durante o lançamento que contou com a presença do governador do estado Mauro Mendes, o reitor da UFMT também falou das expectavas de um “significativo aumento na assistência em saúde” na Baixada Cuiabana.

De acordo com o reitor, o hospital que hoje atende cerca de 37 mil pessoas por ano, poderá passar de 108 leitos a até 300 leitos, sendo 38 leitos de UTI de alta complexidade. “Mas mais que isso, teremos um ambiente maior, com mais estudantes e pessoas fazendo especialização, e qualificando profissionais para trabalhar da saúde”, complementou.

Distância

A localização do novo Hospital Júlio Muller na Rodovia Palmiro Paes de Barros, a mais de 15 km do centro de Cuiabá, é alvo de polêmica. “Um dos motivos de escolher esse local é a área relativamente e por ser uma área pública, que foi facilmente e rapidamente doada para a UFMT”, justificou Evandro.

No entanto, para o reitor isso não será um problema, já que o hospital, que funciona por agendamento, não terá um atendimento na magnitude de um pronto-socorro ou um hospital municipal. “Ele não é portas abertas”.

“É bom lembrar que a UFMT há 40 anos atrás, como diria o cuiabano, era longe pra ‘catiça’. Hoje temos toda aquela área urbanizada principalmente em função da UFMT que acabou desenvolvendo toda a região”, complementou.

Prédio atual

O prédio onde está instalado o atual Hospital Universitário Júlio Muller é uma concessão do espaço do estado de Mato Grosso a UFMT que tem mais de 35 anos. Com a mudança da estrutura e atividades de profissionais para a nova unidade, o uso do espaço será renegociado entre as partes.

As possibilidades citadas por Evandro são a implantação de uma UTI Neonatal e que o hospital volte a atender doenças infectocontagiosas como era antes de ser Júlio Muller.

“Vai depender da negociação com o estado, do que o estado dará de contrapartida pra UFMT. Se a negociação for profícua, ali pode ser mais um espaço de assistência médica ou de aprendizado de estudantes”, disse.
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