Os deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) criticaram a manifestação dos policiais penais realizada na manhã desta quarta-feira (2), quando travaram todas as entradas do Centro Político Administrativo. De acordo com os parlamentares, não haveria a necessidade desse protesto uma vez que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 5/2020, reivindicada pelos profissionais, está com a tramitação correta.
Pela manhã, servidores e políticos foram surpreendidos com o fechamento das entradas que levam ao Centro Político. O bloqueio começou por volta das 7h e só foi finalizado após às 9h. Segundo o deputado João Batista (pros), que representa a classe, uma reunião será feita com a Casa Civil nesta quinta-feira (3) para buscar uma solução às reivindicações dos policiais.
Enquanto o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), afirmou ver “com maus olhos” a manifestação, a vice-presidente, deputada Janaina Riva (MDB), disse não entender o protesto e avaliou que o movimento poderia atrapalhar o andamento do projeto, já que os demais parlamentares cogitaram a retirada da PEC 05/2020 de pauta.
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“Ela já estava pautada para hoje e criou uma animosidade. Os deputados, por conta disso, dessa ação que eu acho até impensada, de fecharem todo o Centro Político, quiseram tirar de pauta porque entenderam que era uma falta de respeito não só com a gente, mas com todos os trabalhadores do Centro Político”, comentou a parlamentar.
A deputada ainda lembrou que a PEC foi aprovada em primeira votação sem ressalvas dos deputados, e destacou que não haveria motivo para que a Assembleia barrasse a proposta. “Ninguém entendeu o que aconteceu e eu, sinceramente, fiquei muito confusa. Acho que foi uma articulação muito errada”, disse.
Janaina ainda chamou a atenção para a pressão feita pelos agentes ao bloquearem todos os acessos ao Centro Político. A deputada externou preocupação com o movimento, observando que, se o Legislativo ceder à pressão dos agentes, em todos os demais projetos que possuem divergência os envolvidos podem adotar uma postura semelhante. “Vamos criar um monstro. Não dá para ser assim, tem que ser no diálogo”, finalizou.
À imprensa, João Batista, revelou que já sabia que a classe deliberou por realizar manifestação, mas não sabia quando. Na tribuna, ele pediu desculpas aos servidores que não conseguiram chegar com tranquilidade nos locais de trabalho.
“Só fiquei sabendo hoje pela manhã, quando me avisaram, e rapidamente me encaminhei pra cá para conversar com a comissão organizadora e intermediar junto ao governo do Estado”, explicou o parlamentar. João Batista, porém, evitou tecer comentários quanto a mobilização dos policiais, por ser também representante da classe.
