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Notícias / Judiciário

09/12/2020 às 13:13

Juízes completam 17 anos de magistratura e relembram casos marcantes da carreira

Caso de aborto, covid-19 e primeira vez do uso da tornozeleira são alguns dos julgamentos emblemáticos

Leiagora

Juízes completam 17 anos de magistratura e relembram casos marcantes da carreira

Foto: Imagem Ilustrativa

Nesta quarta-feira (9 de dezembro), um grupo de juízes de Mato Grosso completa 17 anos de magistratura, período marcado pela disciplina nos estudos e no trabalho, renúncias, amadurecimento e, acima de tudo, comprometimento com a profissão.

A cuiabana Tatyana Lopes de Araújo Borges, hoje no 2º Juizado Especial de Rondonópolis, integra a turma que tomou posse em 9 de dezembro de 2003, dia em que realizou um sonho de infância: ser juíza. “Segundo minha mãe, desde criança eu já dizia que queria ser juíza. Depois que cresci, escolhi o curso de Direito pelo interesse em estudar as leis e pela vontade de fazer justiça”, destaca.
 
Formada pela Universidade de Cuiabá, ela fez estágios no Juizado Especial Cível, Defensoria Pública e na Procuradoria do Estado, em Cuiabá, antes de ser aprovada no concurso. Desde então, já passou pelas comarcas de Paranatinga, Poxoréu, Diamantino e Rondonópolis. Um dos casos mais marcantes de sua carreira foi quando conseguiu um acordo entre dois irmãos, que litigavam em juízo há décadas num processo de disputa de terras. “Conseguimos fazer um acordo ao final do processo, o que era algo quase impossível. Além disso, pedi que os irmãos pegassem nas mãos um do outro e se reconciliassem”, recorda-se.

Outro momento marcante, conta Tatyana, foi durante sua atuação na execução penal em Rondonópolis, quando foram colocadas as primeiras tornozeleiras eletrônicas nos recuperandos do regime fechado para o trabalho externo. “Tivemos mais de 200 homens que passaram pelo projeto com satisfação de quase 100% dos empregadores e baixo índice de reincidência”, destaca. Para ela, a magistratura representa um presente de Deus incrível e ela se diz muito grata por ocupar um cargo tão importante.

Já para Gilberto Lopes Bussiki, da 9ª Vara Cível de Cuiabá e atualmente convocado para o Tribunal de Justiça, o caso mais marcante de seus 17 anos de carreira foi quando precisou autorizar um abortamento porque a gestante corria risco de vida.

“Casos desta natureza, embora juridicamente e legalmente autorizados, ultrapassam a questão do Direito. São situações que põem na mão do magistrado uma decisão pela vida e pela morte, ao mesmo tempo. Impossível ficar neutro. A formação espiritual, religiosa, os valores e princípios, tudo pesa muito e nos faz questionar este ‘poder’.”
 
Nascido em Corumbá, ele se considera cuiabano. “O nascimento se deu em Corumbá porque meu pai estava em serviço. Sete dias depois de nascido já estava em Cuiabá, de onde me considero naturalmente filho”, conta. Movido por paixões, Gilberto Bussiki assinala que foi a paixão pelos ideias de Justiça o norteou a escolher a faculdade de Direito, “por se tratar do curso que me abriria o maior leque de opções para pôr em prática estes ideais.”
 
Formado pela Universidade de Ribeirão Preto, antes de se tornar magistrado atuou em assessoria jurídica na Secretaria de Estado de Administração e no gabinete do desembargador Benedito Pereira do Nascimento (TJMT). Após ser empossado, jurisdicionou em Campo Verde, Primavera do Leste, Alta Floresta e Cuiabá.

“A magistratura é o meu ‘eu profissional’. Não me vejo fazendo outra coisa. É uma carreira árdua, mas, ao mesmo tempo, gratificante. Ter condições de solucionar conflitos, encontrar formas de fazer o Direito se transformar em Justiça é, realmente, a materialização do meu ideal de carreira.”

Nascida em Triunfo (Pernambuco), a juíza Joseane Carla Ribeiro Viana Quinto Antunes veio de uma família de advogados, o que despertou seu desejo de atuar nessa área. “Um dos primeiros livros que li foi ‘Eles, os juízes, visto por nós, os advogados’, de Piero Calamandrei”, lembra-se. Formada pela Universidade Federal de Mato Grosso em 2001, ela advogou e foi professora na UFMT e Unic antes de tomar posse como magistrada.
 
Depois de passar por São Felix do Araguaia, Pedra Preta, Rondonópolis e Barra do Bugres, a magistrada atua hoje em Cáceres. Nesses 17 anos, ela diz que lidou com vários casos marcantes ao longo dos anos.

“A profissão nos coloca diante de conflitos que afetam diretamente a vida das pessoas, exigindo não apenas técnica, mas também ponderação e empatia. Nessa nova e triste realidade que enfrentamos, posso mencionar o processo na área de saúde relativo à disponibilização UTIs para tratar os casos de covid 19 para a região de Cáceres.”
 
Sobre a profissão, ela destaca que a magistratura é a carreira que abraçou, que a realiza e da qual tem muito orgulho. “É uma profissão que nos impulsiona ao estudo permanente do direito e demanda ponderação e maturidade.” Aos futuros juízes, assinala que a magistratura é uma carreira vocacional. “Tem função nobre e trata de questões sensíveis à vida em sociedade. Para tanto, vejo como imprescindível o domínio do direito e a maturidade enquanto ser humano”, finaliza.
 
Também tomaram posse em 9 de dezembro de 2003 os juízes Alex Nunes de Figueiredo, Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, Ana Paula da Veiga Carlota Miranda, André Maurício Lopes Prioli, Carlos Jose Rondon Luz, Cláudia Beatriz Schmidt, Claudio Roberto Zeni Guimarães, Cleber Luis Zeferino de Paula, Débora Roberta Pain Caldas, Elza Yara Ribeiro Sales Sansão, Francisco Rogério Barros, Geraldo Fernandes Fidelis Neto, Graciene Pauline Mazeto Correa da Costa, João Thiago de França Guerra, Jorge Iafelice dos Santos, Julio César Molina Duarte Monteiro, Jurandir Florêncio de Castilho Júnior, Lamisse Roder Feguri Alves, Leonardo de Campos Costa e Silva, Marcelo Sebastião Prado de Moraes, Mario Augusto Machado, Mirko Vincenzo Giannotte, Patricia Ceni dos Santos, Rachel Fernandes Alencastro Martins, Renan Carlos Leão Pereira do Nascimento, Renata do Carmo Evaristo Parreira, Rhamice Ibrahim Ali Ahmad Abdallah, Silvana Ferrer Arruda, Silvia Renata Anffe Souza, Tulio Duailibi Alves Souza e Wanderlei José dos Reis.

Assessoria TJMT
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