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Notícias / Esporte

30/12/2020 às 17:04

Retrospectiva esportes: protestos contra o racismo marcam 2020

Morte de George Floyd por policial branco nos EUA mobilizou atletas

Leiagora

Retrospectiva esportes: protestos contra o racismo marcam 2020

Foto: REUTERS/Charles Platiau/Direitos Reservados

As imagens do homicídio do norte-americano negro George Floyd por um policial branco em Minnesota (Estados Unidos) no dia 25 de maio rodaram o mundo. O vídeo mostrava Floyd, de 46 anos, já imobilizado no chão e, sobre ele, o policial Derek Chauvin  pressionando seu pescoço com o joelho. Durante a ação, que se estendeu por oito minutos e 46 segundos, Floyd disse várias vezes I can't breath (Eu não consigo respirar),antes de morrer por asfixia. O fato provocou uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial - movimento intitulado Vidas Negras Importam - que tomou as ruas de diversas capitais do país e ultrapassou fronteiras. Estrelas de diversas modalidades esportivas se engajaram publicamente na luta contra a discriminação racial, assim como clubes e instituições ao redor do planeta. 

Em um primeiro momento, devido à paralisação das competições por conta da pandemia de covid-19, vários atletas recorreram às redes sociais para extravasar a indignação contra a injustiça racial. Entre eles o ex-jogador Michael Jordan, hexacampeão da NBA - principal liga de basquete profissional nos Estados Unidos - as tenistas Serena Williams e Coco Gauff, além de Lewis Hamilton, piloto britânico que este ano conquistou o hexacampeonato na Fórmula 1. Na Europa, onde a bola voltou a rolar mais cedo depois das paralisações, os protestos ocorreram em campo, antes do apito inicial. 

Após o protesto na NBA, a japonesa Naomi Osaka desistiu de  disputar a semifinal do WTA de Cincinnati (Estados Unidos).. Em uma mensagem publicada no Twitter na madrugada do dia 27 de agosto, a terceira melhor tenista do mundo justificou o boicote: “Antes de ser uma atleta, sou uma mulher negra”. Horas mais tarde, os organizadores do torneio desmarcaram as partidas agendadas para aquela quinta-feira em solidariedade à luta contra a desigualdade racial e injustiça social.

Campeonato Francês e Liga do Campeões
Neste ano, o atacante brasileiro Neymar, camisa 10 do Paris Saint-Germain (PSG), ao vivenciar duas duas situações de racismo em campo, também não ficou calado. A primeira delas ocorreu em setembro, durante uma partida do PSG contra o Olympique de Marseille, pelo Campeonato Francês O brasileiro acusou o zagueiro Álvaro González de injúria racista. No decorrer do jogo, Neymar chegou a falar com o quarto árbitro, pedindo “Racismo não”. O camisa 10 acabou acabou sendo expulso de campo, ao desferir um tapa na cabeça de González, defensor do Olympique. Após a partida, Neymar revelou nas redes socias disse ter sido chamado de “macaco filho da p…" pelo zagueiro.

Mais recentemente, no início deste mês, o confronto entre PSG (França) e Istanbul Basaksehir (Turquia) pela Liga dos Campeões foi suspenso, 13 minutos após o início do duelo, devido a um episódio de racismo envolvendo a arbitragem.  O embate foi interrompido após o time turco acusar o quarto árbitro, o romeno Sebatian Coltescu, de ter usado um termo racista para se referir ao camaronês Pierre Webo, auxiliar técnico do Basaksehir.  

Neymar e o francês Mbappé argumentaram com o juiz Ovidiu Hategam, também romeno, que seria melhor Costescu deixar o campo para que o jogo prosseguisse, mas a discussão foi em vão. Os jogadores de ambos os times resolveram então deixar o gramado e não retornaram mais. A partida acabou suspensa pela Uefa.  E mais uma vez, depois do ocorrido, Neymar se manifestou no Instagram :postou uma imagem em preto e branco e escreveu: Black Lives Matter (Vidas Negras Importam). 

Horas após o confronto, imagens de TV mostraram o quarto árbitro Coltescu dizendo em romeno: "O negro ali. Vá e verifique quem ele é. O negro ali, não dá para agir assim", depois que Webo protestou veementemente contra a decisão da arbitragem.

Campeonato Brasileiro
No último dia 20, no Maracanã, o Flamengo derrotou o Bahia, por 4 a 3, após duas viradas de placar, em jogo válido pela 26ª rodada da Série A do Brasileirão. Mas a alegria da vitória rubro-negra, pra lá de emocionante, acabou ofuscada após o meia Gerson revelar ter sido vítima de racismo. Ao ser entrevistado ao final da partida, o meia acusou o jogador colombiano Índio Ramírez de injúria racista e criticou o comportamento do técnico Mano Menezes.

"O Bruno Henrique fingiu que ia chutar e ele [Ramírez] reclamou com o Bruno. Fui falar com ele e ele falou bem assim pra mim: ‘cala a boca, negro’. Eu nunca falei nada disso, porque eu nunca sofri, mas isso eu não aceito. Nunca falei de treinador, mas o Mano precisa saber respeitar. Estou vindo falar aqui em meio de todos os negros que existem no Brasil", desabafou Gerson, visivelmente irritado.

Menos de duas horas após a partida, Mano foi demitido do Esquadrão de Aço. A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu inquérito para investigar o caso. Pelo Instagram, ainda na noite do jogo, Gerson voltou a se manifestar de forma contundente: “Racismo é crime. E deve ser tratado desta maneira em todos os ambientes, inclusive no futebol”. 

 
Agência Brasil
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