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Notícias / Polícia

08/01/2021 às 08:00

Desaparecimento da travesti Mary completa 1 ano sem solução

Neste momento, peritos criminais trabalham para identificar uma ossada encontrada na cidade, que pode ser da travesti.

Luzia Araújo

O desaparecimento da travesti Mary, de 37 anos, completa nesta sexta-feira (8), um ano e a Polícia Civil ainda tenta desvendar o misterioso sumiço da moradora de Santo Antônio de Leverger (27 km distante de Cuiabá). 

Neste momento, peritos criminais trabalham para identificar uma ossada encontrada na cidade, que pode ser da travesti. A identificação dos ossos já dura 6 meses, isso porque a vítima não possui parentes em Mato Grosso. A travesti é natural do Maranhão e veio para o estado mato-grossense, tentando mudar de vida.  

Leia também: Quem é Mari? Desaparecida há 25 dias, ela tinha conquistado a casa própria e planejava férias para rever familiares 

O material genético da irmã de Mary já foi coletado no estado maranhense, porém os peritos criminais aguardam a amostra de outros parentes da vítima para fazer o confronte de DNA e confirmar se a ossada é da Mary.

José Mário Bastos, nome que consta nos documentos de Mary, foi visto pela última vez no dia 8 de janeiro, ao deixar o trabalho em uma pizzaria da cidade e nunca mais deu notícias. 

No dia 9 de julho, policiais civis de Santo Antônio de Leverger receberam uma denúncia anônima informando a localização de ossos humanos na estrada que dá acesso à região do Engenho Velho. Eles foram checar e encontraram a ossada às margens da estrada.

Os ossos foram recolhidos pela Politec para identificação. O procedimento só pode ser feito por exame de DNA ou da arcada dentária. Os investigadores percorreram os consultórios odontológicos da cidade atrás de exames que ajudassem na identificação, porém nada foi encontrado, descartando o meio mais fácil de identificação. 

Foi então que os policiais partiram para a identificação por meio de material genético (DNA), porém a travesti não possuí parentes em Mato Grosso, que o dificultou a realização o exame.

De acordo com a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), os familiares de Mary foram localizados no Maranhão. O órgão solicitou apoio da Perícia do estado maranhense, que processou a amostra de uma irmã da Mary. No entanto, para a realização do exame de confronto é necessário mais de uma amostra de referência.

Então, a Perícia do Maranhão já está em contato com demais familiares da vítima para que sejam coletadas mais amostras. Entretanto, os familiares residem no interior do Estado, distante da capital e por esse motivo a demora para coleta do material genético.

A investigação 

A Polícia Civil informou que a Delegacia de Santo Antônio do Leverger está empenhada em esclarecer o desaparecimento da Mary e desde o encontro da ossada está em contato com familiares de Mary, para a realização do exame de DNA.

A Polícia Civil garantiu que desde o registro do desaparecimento foram realizadas diversas diligências, inclusive com apoio do Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), para auxiliar as investigações e aguarda a conclusão dos laudos da necropsia da ossada para ver se há indícios de que a vítima sofreu homicídio e o laudo de DNA para confirmação de que a ossada seja da travesti. 

“Com o resultado dos laudos, a Polícia Civil tomará as providências finais”, disse o órgão por meio de nota.

Enquanto aguarda identificação, a ossada está na Gerência de Antropologia Forense do Instituto Médico Legal de Cuiabá, armazenada em uma caixa chamada de “caixa caixão”, onde aguarda para ser encaminhada para extração e amplificação no laboratório de DNA. De acordo com a Politec, não existe um tempo determinado para o material permanecer no local.
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