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15/01/2021 às 15:01

Grupo de mulheres organiza manifesto em apoio à vítima de assédio sexual

Servidora de 19 anos pediu exoneração após denunciar na polícia que teria sido assediada pelo presidente do Indea

Eduarda Fernandes

Grupo de mulheres organiza manifesto em apoio à vítima de assédio sexual

Foto: SECOM-MT

Mulheres com forte expressão política e social organizam um manifesto para a próxima segunda-feira (18), em apoio à servidora que denunciou o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), Marcos Catão Dornelas Vilaça, por assédio sexual. Um grupo planeja se reunir às 9h, em frente ao Palácio Paiaguás, em Cuiabá.

Em entrevista ao Leiagora, a vereadora por Cuiabá Edna Sampaio (PT), que confirmou presença na manifestação, pontua que é mais do que hora de cobrar mecanismos de denúncia dentro do serviço público e de punição dos assediadores. “É o Estado quem deve impedir que a violência contra as mulheres continue acontecendo. Se dentro da administração pública isso acontece, então é completamente impossível imaginar que esse estado vai dar conta de promover ações que, de fato, livrem as mulheres da violência”, comenta.

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A parlamentar destaca que o poder público é ocupado predominantemente por mulheres, contudo, não em cargos de chefia. “Então elas acabam sendo, pela questão da hierarquia - o que torna o crime ainda mais grave -, submetidas a assediadores que se sentem a vontade para praticar esse tipo de violência contra a mulher”.

Maria Fernanda Figueiredo, diretora da Organização Não Governamental (ONG) Liga de Reestruturação das Irmãs Ofendidas no seu Sentimento (Lirios), conta que a pandemia resultou no aumento de casos de violência contra a mulher, inclusive no setor público. “Então nós decidimos honrar essas mulheres de uma forma pacífica, porém não nos calando. Vamos fazer esse manifesto e mostrar para a sociedade cuiabana e mato-grossense que nós, mesmo que de máscaras, não estamos caladas. Mesmo em casa, em situação de pandemia, não vamos nos calar diante de tantas situações de atrocidades em relação a mulher”.

A Lírios tem sede em Várzea Grande e atende mulheres vítimas de violência, com atendimento psicológico, e parte dos atendimentos são de mulheres de Cuiabá.       

A ideia do manifesto surgiu em um grupo de WhatsApp que reúne dezenas de mulheres que atuam em diversas áreas. No manifesto, pretender vestir camisetas com a seguinte pergunta estampada: “Até quando?”.

Também confirmaram presença no ato a deputada estadual Janina Riva (MDB), a deputada federal Rosa Neide (PT), a presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial de Cuiabá (AEDIC) e presidente nacional da ABR (Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus) Margareth Buzetti, a procuradora do Estado Gláucia do Amaral, bem como advogadas, servidoras e jornalistas.

Entenda o caso

Nessa terça (12), veio à tona a denúncia da servidora, de 19 anos, contra Marcos. Ela atuava como secretária dele, que havia recém-assumido a Presidência do Instituto. Por isso, entrava com frequência em sua sala.

Em um boletim de ocorrência, a moça relata que em uma das vezes que entrou na sala do presidente, ficou chocada após Marcos lhe dizer que não precisava usar máscara naquele recinto e, depois, massagear seu pênis, sobre a calça, olhando fixamente para ela. A jovem chegou a trabalhar no dia seguinte, mas após contar sobre o ocorrido para seu pai, ele a orientou a deixar o emprego e registrar o boletim de ocorrência.
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