O arquiteto e urbanista e mestre em Engenharia de Transporte, Rafael Detoni, rebateu as declarações do ex-governador Silva Barbosa, feitas na sexta-feira (15), em relação à sua participação na troca de Ônibus de Transporte Rápito (BRT) para Veículo Leve Sobre Trilhos, ocorrida no governo do ex-gestor.
Na última sexta-feira (15), em entrevista à Rádio Conti, Silval criticou a postura de Rafael Detoni e do atual secretário de Infraestrutura de Mato Grosso, Marcelo Padeiro. Foram eles quem comandaram o processo de troca para o BRT na atual administração do governador Mauro Mendes (DEM).
A crítica de Silval é porque teriam sido justamente Detoni e Padeiro quem avalizaram o VLT em 2011, durante sua gestão no Palácio Paiaguás. “Todas as decisões que eu tomei foi baseado em estudo que ele, o Rafael Detoni, participou. Inclusive todos os pareceres lá no Ministério das Cidades para a viabilidade do VLT foi ele e o Marcelo Padeiro que assinaram. Então em cima desses dados, em cima desses profissionais técnicos que eu tomei a decisão pela implantação e a busca pelo financiamento para a implantação do VLT”, declarou o ex-governador.
Detoni, por sua vez, nega ter atuado no estudo econômico-financeiro que deu respaldo à decisão de Silval pelo VLT. O engenheiro diz que coube a uma empresa de consultoria portuguesa chamada Ferconsult, que o próprio então governador teria buscado em Portugal.
Isso, inclusive, está na delação premiada dele. Esse material simplesmente chegou pronto aqui para nós. Uma decisão tomada pelo Silval sem escutar a parte técnica. A única oportunidade que eu tive de me manifestar foi na sala do ex-presidente da Secopa Éder Moraes. Quando ele anunciou que havia tomado a decisão pelo VLT, eu expus os meus argumentos pela manutenção de um projeto que já estava 70% pronto, o BRT, e que também atendia as necessidades da Região Metropolitana. Mesmo assim, já estava batido o martelo”, garante.
Detoni conta que sua participação no VLT de Cuiabá foi na condição de engenheiro de transportes. “Eu não sou engenheiro de VLT e nem de BRT”, ressalta. Neste contexto foi que ele diz ter trabalhado na inserção do VLT nas vias de Cuiabá e Várzea Grande, preparando o planejamento do trânsito nas vias para receber o modal. “Essa foi a minha participação, na construção do anteprojeto que foi usado para a licitação”.
O mestre em Engenharia declara que o único documento que assinou durante o processo de escolha do modal foi uma carta encaminhada pelo Ministério das Cidades que fazia vários questionamentos, tais como a capacidade de endividamento do Estado, de contrair novos empréstimos, etc.
“E entre essas perguntas tinham algumas de caráter urbanístico. O Ministério das Cidades queria saber como era o padrão de mobilidade em Cuiabá e Várzea Grande, qual era a frota, quantos ônibus, a quantidade de passageiros por dia, como era o sistema de integração entre Cuiabá e várzea Grande. E eu fiz essa resposta. Sou técnico de engenharia de transporte e dei essas respostas”, esclarece.
VLT do Rio de Janeiro Silval disse, ainda, que por conta do know how que o Detoni obteve em Mato Grosso pelo processo da busca da implantação do VLT, foi convidado para ir para o Rio de Janeiro, “e foi ele que deu toda a assessoria lá para a implantação do VLT”.
Este é outro ponto que Detoni nega. Ele explica que após a Copa do Mundo, foi convidado para integrar uma equipe de profissionais que trabalhou na elaboração do plano operacional de trânsito e transporte para os Jogos Olímpicos de 2016. “O que é esse plano? Traçar como é que a cidade vai funcionar, capacidade dos meios de transporte, como o espectador ia chegar nas arenas, como ele ia sair, as rotas olímpicas, circulação, bloqueio no entorno das áreas de evento dos jogos, enfim”. Segundo o arquiteto, quando ele chegou ao Rio para trabalhar nesse projeto, o VLT já havia sido escolhido. “Não existe isso de que eu fui para o Rio de Janeiro para trabalhar na implantação do VLT”, pontua.
Volta do BRT
Rafael Detoni afirma que somente na atual gestão, de Mauro Mendes, lhe foi solicitado um estudo sobre a possibilidade de continuar com o VLT ou substituir por BRT, o qual ele desenvolveu nos últimos dois anos.
Ele detalha que ambos os modais foram apontados a Mauro como viáveis para a Capital, com seus prós e contras. “Agora sim, nesta decisão eu participei ativamente de todas as análises. Na decisão do Silval, não. Não participei. Simplesmente fui chamado na sala da presidência da Secopa determinado dia e fui informado que deveríamos abortar o projeto BRT e começar a trabalhar em cima da inserção do VLT”.
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