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19/01/2021 às 14:46

Sintep cobra plano pedagógico estratégico para aulas remotas dos anos iniciais

Guelda afirma que não houve um esforço do governo para garantir que esse método alcançasse objetivos significativos

Leiagora

Sintep cobra plano pedagógico estratégico para aulas remotas dos anos iniciais

Foto: Reprodução

Para a diretora de Políticas Educacionais do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Guelda Andrade, agora é o momento de questionar o Governo do Estado sobre plano pedagógico estratégico, para que modalidade de ensino à distância funcione e garanta o mínimo possível de aprendizado real, especialmente para crianças que estão em processo de alfabetização.

Ela cita que em 2020, professores tiveram que criar formas de ministrar as aulas, mesmo através de um modelo de ensino para o qual não receberam formação profissional. A situação foi agravada pela falta de estrutura para desenvolver as atividades junto aos estudantes, como equipamentos adequados e internet de qualidade. Neste contexto, Guelda afirma que não houve um esforço do governo para garantir que esse método alcançasse objetivos significativos.

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“Antes mesmo de se falar em pandemia, o modelo de ensino à distância já existia, tendo como finalidade atender a estudantes que não teriam outra opção de aprendizagem. No entanto, essa modalidade era aplicada somente para os que já estavam alfabetizados. A pergunta é: que autonomia uma criança com idade entre 6 e 9 anos tem para estudar sem a presença de um professor? Nesse caso, teria que, no mínimo, ser acompanhada por um dos pais ou responsável, o que gera uma outra problemática, já que muitos não têm essa disponibilidade”, observa.

A diretora aponta que garantir com que o processo de ensino-aprendizagem seja eficiente e com resultados reais, deveria ser uma prerrogativa do governo, mas Guelda analisa que não existe um planejamento a médio e longo prazo por parte do estado.

Considerando a grande logística para a distribuição da vacina contra a covid-19 no Estado e que vai levar um tempo até que toda a população seja imunizada, isso inviabilizará as aulas presenciais ao menos no primeiro semestre do ano letivo. Diante desse cenário, a sindicalista reclama que o governo não se antecipou em preparar uma estrutura mínima para que as aulas remotas promovessem uma aprendizagem significativa e com acesso a todos os estudantes da rede pública.

Quanto às ações a longo prazo, o Sintep alerta sobre a necessidade de o governo pensar em um planejamento voltado à recuperação e “reforço” dos estudantes que, sem exceção, foram prejudicados com a pandemia.

“É preciso pensar também no cenário pós-pandemia. É impossível prosseguir do ponto onde estamos, sem que sejam tomadas medidas que venham mitigar os danos causados na aprendizagem no ano passado. O governo teve 2020 inteiro para perceber que esse modelo à distância precisa de investimento e metodologia para, de fato, funcionar a contento”, declara a dirigente sindical.

Uma das sugestões para promover esse “reforço” no ensino é, no pós-pandemia, com o retorno presencial das aulas, reduzir a quantidade de estudantes por turma e fazer o contraturno com aulas extras. “Já que o governo diz estar preocupado com a qualidade no ensino, seria esse o momento ideal para implementar o modelo de escolas em tempo integral, sempre tão prometido em épocas de campanhas eleitorais”, diz Guelda.

Para colocar em prática uma gestão que vise resolver problemas que devem surgir num futuro próximo, o governo precisaria se antecipar sobre questões como, por exemplo, a demanda necessária de profissionais da educação para atender no contraturno, merenda escolar nos dois períodos e salas extras. “Não adianta fechar escolas e lotar salas de aula para que um só professor de conta de atender com qualidade a todos. Ensino de qualidade precisa de um professor disponível para atender às dúvidas individuais desses estudantes, e com uma sala abarrotada, fica impossível”, critica a sindicalista.

 
Com informações do Sintep
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