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20/01/2021 às 14:30

Aulas híbridas nas escolas particulares podem começar a partir de março; reunião de quinta vai definir

Representantes dos ensinos particulares defendem retorno das aulas e temem que prefeito "mude de ideia"

Camilla Zeni e Eduarda Fernandes

Aulas híbridas nas escolas particulares podem começar a partir de março; reunião de quinta vai definir

Foto: Amanda Perobelli/Reuters

As escolas particulares de Cuiabá poderão ser liberadas para o início do ano letivo de 2021 de forma híbrida, ou seja, oferecendo metade do ensino à distância e outra metade presencial. No entanto, uma decisão final apenas deve ser tomada após nova reunião da Prefeitura de Cuiabá com os representantes do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino (Sinepe-MT), marcada para esta quinta-feira (21).

No último domingo (17) e nessa terça-feira (19), representantes das escolas particulares de Cuiabá participaram de carreatas pelo movimento "Escola Aberta Cuiabá". Eles pedem que seja autorizado o retorno das aulas nas dependências das escolas, o que está proibido desde março de 2020, em razão da pandemia da covid-19.

Após a carreata dessa terça-feira, representantes do movimento foram recebidos pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que manifestou a vontade de liberar as aulas no sistema híbrido. Contudo, em razão de já estar próximo de fevereiro, a probabilidade maior é de que o modelo passe a valer a partir de março. 

“Estão faltando alguns últimos ajustes. Estamos conversando desde o ano passado, quando liberei a educação infantil, cursos de idioma, cursos técnicos, com medidas de segurança, número reduzido de alunos e distanciamento, e foi um sucesso. A rede privada se comportou muito bem. Então agora, com a mesma segurança, queremos promover a volta às aulas”, informou o prefeito, durante coletiva nessa quarta-feira (20).

Para a servidora pública Francielle Claudino Brustolin, uma das organizadoras do movimento “Escolas Abertas Cuiabá”, não há justificativa, nem mesmo científica, para que as escolas continuem fechadas. Segundo ela, os argumentos foram colocados à mesa com o prefeito.

“Ele ouviu todos os nossos argumentos de diferenciação das escolas particulares, que as crianças não utilizam transporte público, que as escolas já estão adaptadas e preparadas com as medidas de biossegurança, que as crianças já estão ansiosas para voltar às aulas, que as famílias estão desesperadas sem escola e aprendizado efetivo. Também ouviu dados científicos que a gente levou. Não existe nenhuma pesquisa científica contrária à reabertura das escolas. Na verdade, a escola tem que permanecer aberta enquanto as coisas fecham”, comentou ao Leiagora.

Francielle também garantiu que as escolas privadas estão preparadas para o retorno. “As escolas são lugares controlados onde vão ser medidas as temperaturas e qualquer tipo de sintomas vai ser informado para aquele núcleo de professores e alunos. É muito melhor as escolas estarem abertas do que um shopping, por exemplo, onde as pessoas circulam com sintomas o tempo inteiro”, colocou.

Desacreditados

Uma das pessoas que se reuniu com o prefeito, a servidora afirmou que um documento com sugestões para o retorno das aulas deve ser protocolado ainda nesta quarta-feira, para formalizar a conversa da tarde de terça-feira. 

Francielle avaliou que, contudo, os representantes saíram da reunião desmotivados, uma vez que o prefeito já teria sugerido o retorno das escolas em outro momento e, depois voltou atrás. A servidora ainda ponderou que, apesar das decisões serem tomadas com base nos relatórios do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, “cada caso é um caso”, e que as escolas particulares não podem ser incluídas nas avaliações genéricas. 

“Saímos com o panorama do que está acontecendo na Administração Pública, o que a gente não sabia, e o que está acontecendo não é favorável ao retorno das aulas de forma imediata, no sistema híbrido. A previsão não é segura e não há nenhum plano de retorno fixo”, lamentou.

Conforme a servidora, enquanto não houver decisões definitivas, o movimento Escola Aberta Cuiabá vai continuar com as carreatas e manifestações. 

“Nossas crianças estão sendo penalizadas por algo que não são culpadas. Nossos filhos tem baixa carga viral, os estudos mostram. Por que os bares estão todos abertos e as pessoas estão aprendendo a conviver com o ‘novo normal’, mas as escolas estão fechadas? Sem dar chance para os nossos filhos de terem educação, convívio social, de tirar eles das telas e colocar em contato com os colegas e professores. Não há justificativa”, manifestou.
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