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31/01/2021 às 12:30

Sem aula na rede municipal de Cuiabá, mãe tem que deixar filhos com a avó em Jaciara

Prestes a voltar da licença maternidade, ela terá que mandar os dois para a casa da mãe, que mora no município de Jaciara

Eduarda Fernandes

Sem aula na rede municipal de Cuiabá, mãe tem que deixar filhos com a avó em Jaciara

Foto: Jorge Pinho

Pais e mães de alunos da educação infantil (de 0 a 5 anos e 11 meses), da rede municipal de ensino de Cuiabá, estão de mãos atadas diante do novo decreto da prefeitura, que autorizou o início do sistema híbrido nas escolas públicas somente a partir de abril. O mesmo não ocorreu com as escolas privadas, autorizadas a implantar o formado presencial desde 1º de fevereiro.

A servidora pública Débora Siqueira é uma das pessoas que está nesta situação. Com um filho de cinco meses, ela foi classificada para uma vaga em creche, porém, a sala tem apenas 20 vagas e seu bebê ficou em 23º lugar. Agora ficará na fila de espera. Como já passou por essa situação com outro filho, ela acredita que dentro de dois meses será chamada, pois sempre há desistências.

Ainda que tivesse conseguido a vaga de imediato, não poderia levar o filho mais novo à creche, pois o decreto não permite.

“Eu acho que a retomada da presencial, se vale para a rede particular, a rede municipal deveria dar exemplo e fazer o mesmo, porque me parece que não fazem nem o dever de casa. Como que o município praticamente deu um atestado de que ele não tem condições de assumir as próprias creches? Por que a rede particular pode ter berçário, pode ter maternal e as crianças da rede pública tem que esperar abril e os pais têm que se virar? Então se vale para a rede privada deveria valer o mesmo para a rede pública!”, avalia em entrevista ao Leiagora.

Débora também é mãe de um menino de quatro anos e uma garota de 10, que estão matriculados na rede municipal. Para eles, as aulas serão de forma remota de 8 de fevereiro a 31 de março, conforme estabeleceu o decreto. Prestes a voltar da licença maternidade, ela terá que mandar os dois para a casa da mãe, que mora no município de Jaciara.

“Porque eu vou voltar a trabalhar, vou fazer como? Tenho que voltar a trabalhar, vou deixar a criança sozinha em casa? Não tem condição. E aí eles vão ter que ficar com a minha mãe. Minha mãe teve covid já, quase morreu, ficou internada. É rezar para que ela não pegue de novo. E meus filhos vão ter que ficar com ela”, relata.

Quanto ao bebê de cinco meses, a servidora ainda não sabe o que fazer e se diz muito preocupada com a situação. “Não tenho condição de pagar R$ 1 mil, R$ 1,2 mil de escola particular. Só se eu tiver que fazer freelance a noite, final de semana, meu marido vai ter que largar a faculdade para fazer uber e poder pagar colégio para o bebê, porque não tem com quem deixar”, comenta.
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