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Notícias / Polícia

01/02/2021 às 17:21

Politec exuma corpo de avô de Mirella e laboratório forense busca por veneno

Uma investigação conduzida pelo delegado Olímpio Fernandes, da DHPP, apura se Jaíra também teria envenenado Edson

Eduarda Fernandes

Politec exuma corpo de avô de Mirella e laboratório forense busca por veneno

Foto: Arquivo Pessoal

A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) exumou o corpo de Edson Manoel Leite de Oliveira, avô da menina Mirella Poliana Chuê de Oliveira. Mirella foi morta aos 11 anos por envenenamento e a acusada do crime é sua madrasta, Jaíra Gonçalves Arruda. Uma investigação conduzida pelo delegado Olímpio Fernandes, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), apura se Jaíra também teria envenenado Edson.

Edson morreu em março de 2018. Após a morte dele, a menina passou a ficar sob os cuidados da madrasta e do pai, José Mario Gonçalves. Mirella morreu em 13 de julho de 2019.

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O procedimento de exumação foi realizado em 19 de janeiro e o material coletado está sob análise do laboratório forense. A expectativa, segundo o delegado Olímpio Fernandes, é que o laudo seja concluído em, no mínimo, 30 dias.

A análise forense busca saber se há presença do pesticida carbofurano, o mesmo veneno encontrado no sangue de Mirella. “Como é uma análise laboratorial a gente fica dependente da capacidade do laboratório. Esse prazo não é fixo, pode ser estendido um pouco. Eles vão pesquisar para ver se encontram o carbofurano nos restos mortais”, explica o delegado em entrevista ao Leiagora.

Após o envio do laudo à DHPP, se for detectada a presença do veneno, Jaíra pode ser indiciada novamente por homicídio. “De qualquer forma ela vai ser ouvida. Com a materialidade, o caso toma corpo.

Entenda

Segundo a investigação policial, a motivação para o assassinato de Mirella foi a herança da menina, avaliada em R$ 800 mil. O montante só seria liberado quando ela completasse 18 anos. O valor é decorrente de uma ação indenizatória por conta da morte da mãe, que ocorreu logo após o parto de Mirella, por erro médico.

A investigação constatou que Mirella foi envenenada ao longo de dois meses, até que em 13 de julho de 2019, às 15h17, não resistiu à intoxicação por carbofurano e morreu em um hospital particular de Cuiabá. A menina já havia sido internada várias vezes antes disso.

À época, a causa da morte era considerada indeterminada, mas exames apontaram que no sangue da criança havia duas substâncias, sendo uma delas um veneno que provoca intoxicação crônica ou aguda e a morte. Para os investigadores, ficou claro que o crime foi premeditado e praticado no decorrer dos dois meses.

Jaíra foi indiciada em novembro pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) por homicídio duplamente qualificado, praticado por envenenamento e motivo torpe. O caso foi encaminhado à Justiça e resultou num processo que tramita em segredo de Justiça na 14ª Vara Criminal de Cuiabá, sob condução do juiz Jurandir Florêncio de Castilho Júnior.

Em setembro do ano passado, o juiz proferiu a sentença de pronúncia para que a madrasta seja julgada pelo Tribunal do Juri e também renovou a prisão preventiva da madrasta.

Atualmente, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) está analisando os recursos da defesa e do Ministério Público que pedem, nesta ordem, a impronúncia de Jaíra e mais rigor em caso de condenação.
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