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09/02/2021 às 17:13

Suspeito de ocultar corpo de namorada acendia vela em possível local do crime

Uma coletiva de imprensa foi concedida na tarde desta terça-feira (9) pela equipe de investigação

Eduarda Fernandes

Suspeito de ocultar corpo de namorada acendia vela em possível local do crime

Foto: Reprodução

O suspeito de matar Lucimar Fernandes Aragão, de 40 anos, em maio do ano passado, passou a acender uma vela no quarto onde convivia com ela, em uma residência no Parque Geórgia, em Cuiabá. O corpo da vítima não foi localizado, mas I. A. de A. foi indiciado pelo crime de feminicídio e ocultação de cadáver após investigação da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção (DHPP). O homem está preso no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC) desde 29 de janeiro.

Segundo a Polícia Judiciária Civil, a suspeita é que Lucimar foi mortal no tal cômodo e que o namorado desapareceu com o corpo. Em três depoimentos prestados às autoridades, ele nega autoria do crime, mas, segundo o delegado titular da DHPP, Fausto José de Freitas Silva, todo os indícios apontam para ele. Uma coletiva de imprensa foi concedida na tarde desta terça-feira (9) pela equipe de investigação.

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A casa chegou a ser escavada, mas nenhum vestígio foi encontrado. “Fizemos várias diligências e não conseguimos localizar o corpo até então. Porém, há muitas informações e todos os vestígios levam à conclusão de que ela está morta”, disse o delegado.

Lucimar, mesmo distante da família, sempre fazia contato com o filho, hoje com 18 anos, e desde então não entrou mais em contato. Além disso, nenhum registro dela foi encontrado em nenhum órgão ou sistema, como lojas, hospitais, etc.

“Então tudo isso reforça a convicção de que Lucimar realmente foi vítima de um crime contra a vida, seguido de ocultação de cadáver. Nesse sentido, o suspeito foi indiciado por feminicídio combinado com ocultação de cadáver e o inquérito está sendo encaminhado para o Ministério Público com essa conclusão”.

Diligências complementares ainda podem ser feitas, mas o delegado explicou que pelos indícios, hoje a lei já permite que ele seja indiciado sem o corpo.

O suspeito trabalhava como motorista de caçamba transportando entulho, de modo que há uma linha de investigação de que ele tenha levado o corpo pra algum aterro. “O dia-a-dia dele e oque favorece a ocultação de cadáver, nesse caso, também está aliada à profissão dele”, completa.

Entenda
O desaparecimento de Lucimar só foi comunicado à polícia três meses depois, em 10 de agosto, quando a mãe da vítima procurou a polícia em razão da filha estar um pouco afastada da família. A comunicante informou que desde maio não falava com a filha, que estava com o celular desligado, e quando foi até a residência de Lucimar, encontrou a casa e o carro dela com aspecto de abandono.

Segundo o delegado, o último sinal de vida de Lucimar foi na noite de 17 para 18 de maio. O próprio suspeito confirma que passou essa noite com ela, mas alega que a deixou na residência pela manhã, foi trabalhar e não mais a viu.

Já para a polícia, a situação foi diferente. Isso porque durante a madrugada, Lucimar fez quatro ligações entre as 4h e 5h. A primeira das chamadas foi para um amigo. “Essa pessoa foi ouvida e fala que a Lucimar ligou chorando para ele dizendo que teria brigado com o namorado e que estava com medo dele agredir ela. Aí ela tenta fazer mais duas ligações para números de telefones celulares, mas nenhuma foi completada. E a quarta e última ligação que se tenta fazer do telefone da vítima é para a polícia, 190. Após 7 segundos de chamada, a ligação foi interrompida. Suspeita-se que possa ter sido interrompida por ele”, conta o delegado Fausto.

Aos policiais, o suspeito justificou não ter procurado a polícia após o “sumiço”, pois teria conversado com uma tia da vítima, que o alertou de que ela sempre sumia. Contudo, ele também disse que tentou ligar várias vezes para a vítima, o que foi desmentido pelos registros telefônicos.

Também foi encontrada uma mancha de sangue no assoalho do carro da vítima, que ficou na residência, mas o resultado do DNA está pendente do laboratório forense, que acumulou demandas na pandemia.

A suspeita da motivação para o crime é a casa, que antes pertencia ao suspeito e depois foi comprada por ela. Na ligação para o amigo, ela contou que pedia que ele saísse do local, mas ele se recusava. O relacionamento tinha aproximadamente seis meses.

O suspeito chegou a ser preso um mês antes do desaparecimento de Lucimar, sob acusação de violência doméstica, mas ela retirou a queixa e com isso ele foi solto e sem tornozeleira eletrônica. O desaparecimento ocorreu dias depois.

Ele já tem várias passagens, dentre elas por roubo, sequestro, cárcere privado, furto e uma condenação por homicídio.


 
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