O deputado estadual Silvio Fávero (PSL) não escondeu a sua irritação quanto à eleição da Mesa Diretora realizada na noite desta terça-feira (23), a qual consagrou a vitória do deputado Max Russi (PSB) como presidente da Assembleia Legislativa. Criticando a ausência de renovação da chapa vencedora, o parlamentar acredita que o pleito pode ser novamente invalidado pela Justiça.
Isto porque, para ele, não houve alteração no comando do Parlamento Estadual, mas apenas uma recomposição nos cargos entre os parlamentares que já integravam a Mesa Diretora.
“Essa eleição corre o risco de ser anulada novamente, porque o entendimento do Supremo Tribunal Federal é de que não poderia ter mudança de posições, vice-versa. Então, ainda tem um ponto de interrogação aí”, apontou.
No entanto, a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que suspendeu a eleição da Mesa Diretora realizada ano passado, determinava uma nova eleição e o impedimento do deputado estadual Eduardo Botelho (DEM) continuar à frente da Presidência, e não impede, necessariamente, a participação do democrata na chapa.
A medida atendeu a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) impetrada pelo partido Rede Sustentabilidade, que apontou que, apesar da Constituição Estadual permitir a reeleição nas casas legislativas, a Constituição Federal veda tal prática. A agremiação, inclusive, citou o exemplo da Câmara e do Senado Federal.
Acontece que, Botelho saiu da Presidência e agora ocupa a 1ª Secretaria, cargo que até o início desta semana era ocupada por Russi, que foi eleito presidente nesta terça (23). Sendo assim, o que houve na prática foi uma dança das cadeiras entre os parlamentares que já estavam na Mesa Diretora.
“Infelizmente, tentei montar uma chapa de renovação, mas não teve de novo uma renovação. Volto a dizer que a democracia não prevaleceu nessa Assembleia Legislativa”, colocou Fávero citando que se absteve da votação.
O parlamentar afirma que tinha o apoio de nove deputados para concorrer à presidência, mas não conseguiu formar a chapa por pressão da base governista. Porém, Fávero optou por não citar nomes.
“A chapa estava fechada, mas na hora de colher assinatura, a pressão foi maior e roeram a corda. Teve pressão muito forte. Nós tínhamos 9 nomes, mas a política é assim e nós precisamos mudar essa política que está aí. A renovação não ocorreu de novo”, finalizou dizendo ainda que permanecerá com postura independente na Casa de Leis.
