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25/02/2021 às 10:31

Mulher que teve 'doença da urina preta' deixa hospital; irmã segue na UTI

A empresária Flávia Andrade saiu do Hospital Português na manhã desta quarta-feira (24). A veterinária Pryscila Andrade permanece na Unidade de Terapia Intensiva, mas voltou a movimentar os braços. Elas foram internadas após comer arabaiana em 18 de

Por G1

Mulher que teve 'doença da urina preta' deixa hospital; irmã segue na UTI

Foto: Reprodução / Whatsapp

Uma das duas irmãs internadas com a Síndrome de Haff, conhecida popularmente como 'doença da urina preta', após comer peixe recebeu alta do Hospital Português, no Recife, na manhã desta quarta-feira (24). A empresária Flávia Andrade, de 36 anos, saiu do local após quatro dias de internamento na unidade de saúde, onde chegou no sábado (20).

A irmã dela, a médica veterinária Pryscila Andrade, de 31 anos, permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do mesmo hospital particular desde o dia 18 de fevereiro.

"As taxas dela baixaram e o resto da recuperação vai ser em casa. Não vai precisar tomar nenhum remédio, mas precisa beber muito líquido e se hidratar bastante", afirmou a mãe delas, a empresária Betânia Andrade.

O Hospital Português confirmou a alta de Flávia, mas informou que não vai divulgar boletins com atualizações sobre o estado de saúde de Pryscila porque a família não autorizou. Ao G1, a mãe delas contou sobre o quadro clínico de Pryscila.

"Ela ainda está com o fígado e os rins comprometidos, mas voltou a conseguir movimentar os braços, pois, até então, estava com a musculatura toda travada", declarou.

Flávia e Pryscila chegaram ao local apresentando mal-estar e dores após a ingestão de peixe da espécie arabaiana comprado no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife. A família delas contou ao G1 que os médicos confirmaram, no sábado (20), o diagnóstico de Síndrome de Haff.

Casos investigados no estado

Procurado pelo G1, o Ministério da Saúde afirmou que, "segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, há informação de nove casos em investigação em 2021" no estado. O governo de Pernambuco, por sua vez, informou que há cinco casos dessa doença rara em investigação.

No fim da tarde da segunda-feira (22), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) foi notificada, pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) do Recife, de cinco casos de mialgia aguda, suspeitos para doença de Haff.

A investigação é realizada pela Vigilância Epidemiológica da capital pernambucana, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, com apoio técnico do governo estadual. A SES orientou que as cinco pessoas que consumiram o peixe passem por análises laboratoriais no Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE).

Entre 2017 e 2021, Pernambuco registrou 15 casos da 'doença da urina preta', sendo dez confirmados (quatro em 2017 e seis em 2020) e cinco em investigação (em 2021).

Causas, sintomas e prevenção

A 'doença da urina preta' é uma síndrome de rabdomiólise (ruptura de células musculares) que se caracteriza por ocorrência súbita de extrema dor e rigidez muscular. Ela é causada pela ingestão de pescado contaminado por uma toxina capaz de causar necrose muscular, ou seja, a degradação dos músculos.

Outros sintomas da doença são decorrentes desse quadro, como falta de ar, dormência e perda de força em todo o corpo, além da urina cor de café, associada à elevação da enzima CPK.

Não há um consenso na medicina sobre as formas de prevenir a Síndrome de Haff.

O médico infectologista pernambucano Filipe Prohaska, que atuou no tratamento dos casos da doença no estado em 2007, declarou que é importante saber a procedência do peixe a ser consumido e conferir se ele está acondicionado na temperatura ideal (entre -2 ºC e 8 ºC).

Entretanto, o infectologista Tiago Lôbo, que trata pacientes com a Doença de Haff na Bahia, onde houve um aumento de mais de 200% dos casos em fevereiro de 2021, tem um ponto de vista divergente.

Ele explicou que, como a toxina não modifica a cor, o cheiro ou o gosto do peixe, além de não ser destruída em altas temperaturas de cozimento, o fato de o alimento estar bem armazenado, tratado e conservado, não garante a ausência da toxina.
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