O clima esquentou no plenário da Assembleia Legislativa e o motivo nem foi o debate sobre o lockdown, mas sim a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Energisa. A confusão teve direito até a empurrão. Os protagonistas foram Carlos Avalone (PSDB), Elizeu Nascimento (DC) e Faissal Calil (PV).
Tudo isso porque ficou de o deputado Faissal Calil participar de uma reunião da CPI da Energisa, na tarde desta terça-feira (23), para entregar os documentos com as denúncias contra a concessionária de energia. Só que o parlamentar fez a entrega por escrito, o que deixou Avalone bem insatisfeito com a situação.
Os ânimos se acirraram ainda mais quando Faissal disse que quem tinha de ser convocado era o presidente da Energisa e não ele. Além disso, reforçou que fez um pedido para ter acesso aos relatórios da CPI e estava no aguardo. “Eu fiz a entrega por escrito, já protocolei na presidência da CPI e acho que o correto seria chamar o presidente da Energisa e não eu. Tem que ser contrário, ele tem que se explicar, não eu”, declarou na tribuna.
Avalone não gostou nada do tom usado por Faissal e disse que o colega desrespeitou a CPI ao levar as denúncias para as redes sociais. “Ele fez denúncias em redes de whats e, na minha opinião, resrespeitou a CPI. Nós o convidamos, mas ele preferiu entregar por escrito o documento, vamos fazer a investigação e garanto que ainda hoje ele vai receber os sete relatórios da CPI”, rebateu o tucano, que inclusive é o relator da comissão.
Nos bastidores, o clima esquentou entre Faissal e Avalone, que chegaram a trocar empurrões no plenário. E quem resolveu se manifestar foi o presidente da CPI da Energisa, que está há um ano com os trabalho paralisados sob a justificativa da pandemia. O parlamentar alegou que entende que as oitivas deveriam ser presenciais e garantiu que o próximo a ser ouvido é justamente o diretor-presidente da Energisa, Ricardo Perez Botelho, e ainda ironizou o fato de Avalone ter intermediado a entrega de 100 cilindros de oxigênio para o Estado.
“De forma ética, não deveríamos estar recebendo doação da Energisa. To atentamente observando essas questões, recebi as denúncias do Faissal, que protocolou os documentos”, alfinetou. Elizeu alegou ainda que o corpo jurídico da CPI está analisando os documentos entregues por Faissal e pediu cinco dias para remarcar uma reunião da CPI.
Elizeu sugeriu ainda que pode fazer um relatório paralelo da CPI da Energisa, assim o faremos e pediremos apoio dos deputados que não estejam fazendo parte da CPI. Avalone se irritou e disse que não aceita o fato colega “duvidar da sua integridade”. “Não merecia da sua parte esse comentário”.
“As pessoas estão morrendo sem oxigênio. O governo está pedindo apoio para as empresas e o senhor acha que eu não devia pedir? Tá desconfiado da questão ética? Não merecia isso”.
Sobre os documentos entregues por Faissal, Avalone disse que também irá analisar e não somente Elizeu. “Eu to pedindo há 6 meses para marcar uma reunião da CPI, o senhor não marca, já tentou três vezes suspender sem passar pela comissão e não foi aceita porque precisa fazer a reunião. Analise as denúncias do Faissal e marque pra semana que vem a reunião para que a gente autorize a convocação. Vai ter aumento da energia e não podemos aceitar e precisamos questionar o presidente da Aneel. Nunca tive problema com Faissal, fez a denúncia e vai ser investigado item por item”, finalizou Avalone.
