Mauro: confusão de lideranças deixou população perdida e prejudicou enfrentamento da covid
Governador disse evitar criticar o governo federal mas ponderou que, se houvesse mais flexibilidade no início da pandemia, situação atual seria diferente
A falta de consenso das autoridades, no início da pandemia da covid-19, sobre as medidas de proteção e tratamento prejudicou o enfrentamento e contribuiu para um cenário de agravamento da doença no país. A avaliação é do governador Mauro Mendes (DEM).
Apesar de evitar criticar publicamente a atuação do governo federal, Mauro Mendes ponderou que, se a União tivesse ouvido mais os governadores e autoridades de saúde no início da pandemia, “sem dúvida não estaríamos nessa crise”.
“Parece que mudou um pouco a postura agora [do governo federal]. Está mais proativo, está chamando para dialogar… Existe, nitidamente, uma mudança de comportamento. Se isso tivesse acontecido desde o início, provavelmente nós teríamos um cenário um pouco melhor ou menos pior no Brasil como um todo”, comentou Mauro, em entrevista à rádio CBN São Paulo, na manhã desta quinta-feira (25).
De acordo com o Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com um grupo de governadores nessa quarta-feira (24), para tratar sobre medidas para o combate à pandemia. Contudo, Mauro Mendes não foi convidado.
Na entrevista, o governador mato-grossense avaliou que houve muita confusão no início da pandemia, com opiniões divergentes sobre a melhor forma de condução. A exemplo, governo federal e cientistas divergiam sobre a adoção de medidas restritivas, uso de medicamentos e até mesmo compra de vacinas. Isso, na visão de Mauro Mendes, contribuiu para deixar a população sem rumo.
“Um fala uma coisa, outro fala outra e a população se perdeu no meio disso. Uns acreditam em A, uns acreditam em B. Essa confusão de lideranças ou até mesmo a falta de liderança, não dá para deixar de ver isso como um fato concreto que prejudicou o nosso país”, colocou o chefe do Executivo estadual.
Mauro também criticou o comportamento da população, que, em Mato Grosso, principalmente, deixa a desejar. Segundo o governador, o estado tem o pior índice de isolamento social no Brasil, sendo que essa medida é, mundialmente sabida, uma das principais formas de combate ao vírus.
“O distanciamento foi a grande ferramenta usada no mundo inteiro e está comprovado que é um mecanismo eficaz. Agora, se a maioria não quer, tem consequências”, ponderou o governador.
Na avaliação do governador, parte da população mato-grossense é influenciada pelo comportamento de Jair Bolsonaro, que apenas agora tenta mudar o tom da conversa em relação ao enfrentamento da pandemia.
Mauro ainda comentou que há resistência da população em aderir às medidas mais restritivas e avaliou que não seria possível impor medidas como o lockdown, uma vez que a tendência é de desobediência. Para ele, esse é um movimento perigoso e que, em algum momento, "pode fugir ao controle".
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