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Notícias / Polícia

26/03/2021 às 14:00

Stringueta diz que afastamento é humilhante e declara: ‘MP senta na própria imoralidade’

Stringueta foi alvo de uma retaliação da diretoria da PJC após escrever um artigo criticando a compra de smartphones pelo MPE

Alline Marques e Marina Martins

O delegado Flávio Stringueta disse ter ficado surpreso e estar numa situação humilhante diante do afastamento dele da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), aponta uma dependência financeira da Polícia Judiciário de Civil de Mato Grosso com Ministério Público e não poupa críticas ao órgão. 

Stringueta conversou com o Playagora na manhã desta sexta-feira (26) sobre os últimos fatos que o colocaram na “geladeira” ou no “corredor”, como é chamado na PJC quando um delegado fica sem função na instituição. “Não é uma situação confortável, não esperava este tipo de atitude da Polícia Civil”, declarou. 

O delegado está há 25 dias afastado da GCCO e ainda não foi informado para onde será encaminhado. “Até o momento a diretoria não decidiu. Esta é outra situação que me chateia. Acredito que estou numa situação humilhante, mais de 20 anos como delegado em Mato Grosso, e mais 4 como investigador em São Paulo, são 24 anos de serviço prestado na polícia para ser tratado assim, deixado na geladeira, tratamos isso na polícia como corredor”, lamentou. 

Stringuetta foi alvo de uma retaliação da diretoria da PJC após escrever um artigo criticando a compra de smartphones ao custo de R$ 2,3 milhões por parte do Ministério Público Estadual. Ele disse ter ficado indignado com a situação, assim como a sociedade. “Eu falei em meu nome, nome do cidadão, pagador de imposto Flavio Stringueta”.

Para ele, a remoção do cargo à frente da GCCO se deu ao chamar o MP de imoral. “O MP é a instituição mais imoral que eu conheci, no sentido de que eles sentam na própria imoralidade para procurar as imoralidades das demais instituições, e talvez isso que tenha causado maior mal-estar para a PJC”, relatou. 

E então Stringueta cita a dependência financeira da PJC com o Ministério Público. “Os diretores me disseram, tanto o delegado geral, quanto o adjunto, que eles tinham o receio de criar um mal-estar entre as duas instituições e a PJC não tem autonomia financeira, depende dos Termos de Ajustamento de Conduta feito pelo MP, para MP destinar o dinheiro destes termos”, explicou.  

Já afastado, Stringueta não se deu por satisfeito e publicou outro artigo em que criticava o vale covid dado aos membros do MPE e servidores. “Quando eu publiquei o vale covid já estava afastado, que na minha visão é outra imoralidade, os smartphone vão custar 2,3 milhões, o vale covid vai ser R$ 10 milhões por ano”. 

Stringueta aproveitou para falar do seu trabalho na GCCO, lembrou que há dois anos não se tem explosões de caixa eletrônico e desde 2013 não há crime na modalidade novo cangaço. Elogiou seu sucessor, delegado Vitor Hugo Bruzulato, mas disse que há uma perda na continuidade do trabalho.  

“Vitor Hugo é um excelente delegado, vai fazer um bom trabalho, mas há uma ruptura, até ele pegar o trabalho, o jeito das investigações, que são bem diferente da que ele trabalhava que era tráfico demora um tempo. Eu vejo que a PJC perde com isso, mas principalmente a sociedade”. 

Para finalizar, Stringuetta disse que gostaria de estar lotado em algum lugar e desenvolver o meu trabalho na polícia, que é o que sei fazer. “Gostaria de estar trabalhando e prestando serviço para sociedade que paga meu salário”. 
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