Emanuel vê Estado perdido no combate à covid e toque de recolher como 'capricho pessoal'
Prefeito de Cuiabá disse que toque recolher serviu apenas para penalizar empresários e horário mais largo não faz diferença no enfrentamento à pandemia
Contra medidas restritivas mesmo neste momento de agravamento do cenário da covid-19, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), classificou a adoção do toque de recolher como um capricho pessoal dos gestores do Estado. Para o prefeito, o horário delimitado pelo governo veio apenas para atrapalhar a economia e a sobrevivência dos setores que atuam no período noturno e não ajuda no combate à pandemia.
“Acho que esse toque de recolher, que eu sou obrigado a respeitar por determinação judicial, serviu para penalizar e quebrar mais donos de restaurantes e bares da cidade, que trabalhavam com muita seriedade e cuidado, respeitando as medidas de segurança”, comentou o prefeito em entrevista à rádio Jovem Pan, na manhã desta terça-feira (6).
Emanuel também aproveitou para criticar a forma com que o governo tem enfrentado a pandemia, e avaliou que a gestão estaria perdida nesse enfrentamento. Segundo ele, o toque de recolher imposto à população, que vai das 21h às 5h, é um exemplo disso.
“O toque de recolher às 21h atendeu capricho pessoal de quem está perdido no enfrentamento à pandemia. Se assim fizessem, de 23h às 5h, mudaria muito pouco o comportamento e daria uma condição especialmente ao comércio noturno. Daria a mesma segurança, continuaria estável e começando a cair as incidências do mesmo jeito e não prejudicaria quem precisa trabalhar”, avaliou.
O horário restrito das 23h às 5h havia sido proposto por Emanuel no início de março, como medida para conter o avanço da pandemia na Capital. Na época, ele também determinou o fechamento das casas de show e enviou projeto de lei para a Câmara dos Vereadores aprovando multa de até R$ 60 mil aos estabelecimentos que descumprissem as novas normas que estavam sendo editadas.
Entretanto, o governo estadual delimitou toque de recolher das 21h às 5h e, por decisão judicial, os municípios deveriam seguir as medidas que fossem mais restritivas para o enfrentamento à pandemia, sendo, portanto, a decisão do governo.
Conforme Emanuel, a mudança de duas horas no horário restrito impactou negativamente a arrecadação municipal. Segundo o prefeito, toda segunda-feira o comitê de arrecadação se reúne para acompanhar os números. Ele informou que, contudo, ainda teria que fechar a primeira semana de abril para repassá-los à população.
“Nesse momento, onde todos estão muito perdidos, com falta de informação, falta de preparo, acho que falta uma liderança maior e acho que o secretário Gilberto Figueiredo pode fazer isso, auxiliando os municípios que estão com maior dificuldade de vacinação a imunizar a maior quantidade de pessoas no menor tempo”, disse Janaína.
A parlamentar se referia à campanha de vacinação contra a covid-19, que tem sido muito criticada por Mato Grosso estar classificado em último no ranking de aplicação dos imunizantes. Segundo Janaína, os prefeitos estariam perdidos e desinformados. O gestor da Saúde, Gilberto Figueiredo, negou.
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