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Notícias / Política

28/04/2021 às 18:07

Botelho nega ser ‘sócio oculto’ de empresa investigada pelo MPE

Operação deflagrada na terça-feira mirou empresa suspeita de superfaturamento e dispensa de licitação que teria relação com empresa da família do deputado

Camilla Zeni

Botelho nega ser ‘sócio oculto’ de empresa investigada pelo MPE

Foto: ALMT

O deputado estadual Eduardo Botelho (DEM) negou ser o "sócio oculto” da empresa Eletroconstro Prestação e Terceirização de Serviços Ltda, alvo de investigação do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco Criminal) com apoio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), deflagrada na manhã de terça-feira (27). 

As investigações apontaram possível direcionamento de licitação e superfaturamento dos serviços de varrição de praças e vias públicas, que resultou em um contrato de R$ 48,7 milhões da Prefeitura de Cuiabá com a Eletroconstro. 

Segundo a apuração, há suspeita de que a empresa faça uso de "laranjas" para ocultar a identidade de um de seus sócios, diante da existência de vínculos entre a Eletroconstro e a Construtora Nhambiquaras Ltda, que pertence à família do parlamentar.

“Eu não sou sócio oculto. Essa empresa foi criada lá em meados de 2010, 2011, não sei, por uma pessoa que trabalhou comigo por quase 20 anos. Eu o ajudei a montar a empresa na época, mas não sou sócio oculto. Na época eu não era político, então por que eu iria colocar a empresa em nome de outra pessoa se eu podia colocar no meu nome? Eu não era político”, rebateu Botelho, em entrevista à TV Vila Real, na manhã desta quarta-feira (28). 

O nome do parlamentar não foi apontado pelo Gaeco. Entretanto, surgiu nas mídias em razão da ligação descoberta com a Construtora Nhambiquaras, que tinha Botelho como sócio. Atualmente, a empresa é registrada no nome do irmão e do filho do deputado. 

Conforme Botelho, a empresa investigada pertence a um ex-funcionário, com quem ele não tem mais contato. O deputado afirmou que, em razão do longo tempo de serviço juntos, ele ajudou o trabalhador a fundar a empresa, mas afirmou que não haveria nenhuma outra relação entre os dois. 

“Quando montou a empresa ele trabalhava comigo, eu ajudei, e depois ele ganhou voo solo. Hoje eu digo pra você: tenho quase certeza que ele é maior do que a Construtora Nhambiquaras, porque ele está em vários municípios, criou voo solo e tomou rumo. Em 2014, quando eu fui candidato, ele fez uma doação legal pra mim, não sei se foi R$ 100 mil ou R$ 80 mil, e foi isso aí. Não tenho nada com ele”.

Botelho também afirmou que não se importa com a investigação, mas cobrou que, após a análise do caso, o assunto seja deixado de lado. Isso porque, segundo ele, a Polícia Federal também já investigou a situação anteriormente, não tendo encontrado nenhuma relação entre o parlamentar o proprietário da empresa. 

“Esse assunto já foi assunto da Polícia Federal. Foi investigado exaustivamente. Todos foram intimados. Eu fui intimado pela PF, fui lá dar depoimento e eles arquivaram porque realmente não existe nenhuma relação minha com ele. Nenhuma”, disse. “Mas não achou ruim a investigação. Já teve uma, vai ter outra, e aí espero que encerrem esse assunto”, finalizou. 

A operação

Deflagrada pelo Naco com apoio do Gaeco, a investigação apontou várias irregularidades na execução do Contrato nº 93/2019, firmado em fevereiro de 2019 com a Prefeitura de Cuiabá pelo valor de R$ 48.745.826,56. 

Entre as irregularidades listadas estão o fato de a empresa não disponibilizar o número de trabalhadores para a realização dos serviços de limpeza, conforme previsto, e deixar de prestar o serviço, apesar de estar sendo paga com regularidade. 

Além disso, há indicativos de atos fraudulentos nos atos constitutivos da empresa, que não foram levados em conta por ocasião do processo licitatório, além de relações suspeitas entre a Eletroconstro e outras pessoas físicas e jurídicas, notadamente com a Construtora Nhambiquaras Ltda.

 
Com informações da assessoria
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