O secretário de Fazenda de Mato Grosso, Rogério Gallo, descredenciou o deputado federal José Medeiros (Podemos), classificando-o como “disseminador de fake news” e afirmou: “não dá para conversar”. Isso porque o parlamentar insiste em dizer que o Governo Federal repassou R$ 15,4 bilhões a Mato Grosso em 2020. Para Medeiros, o valor poderia ter sido usado no combate à pandemia, mas isso não foi feito.
“O Medeiros tem que estudar. A um deputado federal que diz algo contrário à própria Secretaria do Tesouro Nacional, eu só posso pedir, com todo o respeito, para que ele vá estudar e verificar os números. Ele está completamente mal informado e disseminando fake news”, comentou Rogério Gallo nessa sexta-feira (7), ao deixar a audiência pública sobre a implantação do ônibus de trânsito rápido (BRT).
De acordo com Medeiros, em entrevista à rádio Capital FM também na manhã de sexta-feira, o valor de R$ 15,4 bilhões foi repassado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro, de quem o parlamentar é vice-líder na Câmara Federal. Ainda segundo Medeiros, o valor corresponde a todos os repasses feitos pela União.
Rogério Gallo nega. “O que o estado recebeu no todo foram R$ 5 bilhões, que tem ali, inclusive, recursos que nem do Governo Federal são. O estado participa do imposto de renda, da arrecadação de IPI… Ele não pode escolher repassar ou não repassar. Ele é obrigado a repassar. É a mesma coisa que dizer que 25% do ICMS pertence ao Estado. Não! Pertence aos municípios. A Constituição Federal é clara nisso. Então, com um disseminador de fake news não dá para conversar”, rebateu o secretário de Fazenda.
Importante destacar que, quando o valor de R$ 15 bilhões em repasse para Mato Grosso foi anunciado por Bolsonaro, a reportagem entrou em contato com o Tesouro Nacional para confirmar o valor. Entretanto, ao Leiagora foi informado repasse de cerca de R$ 4 bilhões. O valor também pode ser conferido na página da Secretaria, clicando aqui.
Recurso mal empregado
Ainda na entrevista, o deputado federal comentou sobre o mau uso do recurso enviado pelo Governo Federal. Medeiros avaliou que o governo estadual estaria agindo de “má fé” ao negar ter recebido os R$ 15 bilhões de Bolsonaro mas usar o recurso em seu maior programa de obras, o Mais MT. O parlamentar ainda comentou que, enquanto as obras seguem, diversos mato-grossenses morrem nos hospitais.
“Se houvesse prioridade, não estava faltando um leito, equipamento, raio-x nos hospitais regionais, tomógrafos, porque você direcionaria para saúde. Ou você acha que, numa casa em que tem alguém muito doente, você pegaria o dinheiro para fazer uma calçada ou o muro? Não. Você vai direcionar para a Saúde. Então, não está tendo prioridade para a Saúde em Mato Grosso e, ao mesmo tempo, ele culpa o Governo Federal”, comentou Medeiros, na ocasião.
Sobre o posicionamento, Rogério Gallo, mais uma vez, pediu que o deputado fosse estudar. Isso porque, segundo justificou, dos R$ 9 bilhões que serão investidos no programa, R$ 7 bilhões são de recursos públicos do Estado.
“Sobre os recursos que vão ser investidos, só nesses dois anos agora têm R$ 6 bilhões para investir. Desses, R$ 4,5 bilhões saem do caixa do governo. De novo, peço para que o parlamentar estude o orçamento do estado e verifique as contas públicas, porque ele está se mostrando despreparado”, finalizou.
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