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09/05/2021 às 13:07

Segunda dose da vacina deve ser tomada mesmo em atraso, alerta infectologista

A médica Marcia Hueb fala sobre os riscos do atraso e a importância da segunda dose para a eficácia na imunização contra a covid-19

Paulo Henrique Fanaia

Segunda dose da vacina deve ser tomada mesmo em atraso, alerta infectologista

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Mato Grosso enfrenta agora o problema de faltas de vacinas contra a covid-19 para a segunda dose. E com isso, a principal dúvida é sobre eficácia da imunização no caso de atraso na aplicação da segunda dose. Atualmente, no estado, faltam 19.426 doses em 48 municípios e um ofício cobrando o Ministério da Saúde foi enviado esta semana. 

Para falar sobre os riscos referente ao atraso na segunda dose, o Leiagora conversou com a infectologista Marcia Hueb, professora da UFMT. Em entrevista, a médica garante que toda a imunização adquirida pela primeira dose da vacina não é perdida e que a pessoa deve sim fazer a aplicação da segunda dose, mesmo com atraso.

Ainda não se sabe quais são os impactos no caso do atraso da segunda dose, pois não se tem estudos concretos sobre o tema. O que se sabe até o momento é que a eficácia da vacina não reduz, ou seja, com a segunda dose atrasada, a primeira dose não perde o efeito, ela se mantém.

Quando se faz a imunização de qualquer vacina, já na primeira dose a pessoa começa a produzir os anticorpos necessários para se proteger da doença. É claro que todos os testes em laboratório foram realizados com doses duplas, no entanto a pessoa deve ter em mente que, apesar de o corpo está imunizado, ainda não é de forma satisfatória. Por isso a necessidade da segunda dose. 

Para a médica o problema da escassez de vacinas no estado se deu pela desorganização do plano de vacinação do governo federal. O Plano Nacional de Imunização, que antes era organizado pelo Governo Federal, hoje em dia está sem um comando central, cabendo aos estados e aos municípios fazerem, cada um de seu modo.

“Essa falta de vacina é um reflexo dessa desorganização. Quando os estados receberam as doses, se eles soubessem que não haveria o quantitativo para fazer a segunda dose, eles teriam guardado. No momento que o Governo Federal diz: “pode fazer todas as doses encaminhadas”, claro que o estado entende que vai receber a segunda dose em tempo hábil, há uma garantia do governo federal, mas não ocorreu. Só agora essas segundas doses estão sendo enviadas. Isso, em resumo, é uma desorganização, uma falta de planejamento”, afirmou. 

Com o problema do atraso, um dos questionamento feito é se poderia misturar as vacinas, ou seja, já que a CoronaVac está em falta, toma-se a segunda dose da Astrazeneca, o que não é recomendado pelos especialistas. De acordo com a infectologista, não existe, até o momento, nenhuma previsão ou estudo que comprove a segurança na mistura dos imunizantes. Portanto, deve-se sempre utilizar a primeira e a segunda dose da mesma vacina.

Por fim, Marcia Hueb faz um apelo para que todos busquem a segunda dose da vacina, mesmo que essa dose esteja em atraso. De acordo com a pesquisadora, tudo que se conhece na ciência atualmente foi conduzido com a aplicação das duas doses. Portanto, as pessoas devem ter essa consciência de que completar o ciclo vacinal é de extrema importância.
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