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13/06/2021 às 09:18 | Atualizada: 13/06/2021 às 10:47

Michelly avalia que oposição caminha sozinha e que Emanuel quer provocar ao falar de 2022

Camilla Zeni

Vereadora da oposição em Cuiabá, Michelly Alencar (DEM) não considera que o grupo de parlamentares contrários à gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) está enfraquecido na nova legislatura da Câmara, iniciada em janeiro deste ano. Na visão da parlamentar, os colegas ainda caminham de forma individual mas têm conseguido apresentar uma boa atuação.

Em entrevista ao Leiagora, a vereadora comentou sobre as CPIs abertas pela base do prefeito em tentativas de burlar as investigações da oposição, avaliou a debandada dos opositores que, logo no primeiro mês de mandato, migraram para o lado de Emanuel, e comentou sobre a possibilidade do gestor sair como candidato ao governo do Estado. 

Na visão de Michelly, Emanuel quer “pentelhar” o governador Mauro Mendes (DEM), com quem troca alfinetadas públicas e que deve sair candidato à reeleição. Para a vereadora, há uma probabilidade de que o prefeito recue nessa intenção. 

Abaixo, confira a entrevista completa com Michelly Alencar:


Leiagora- Uma das bandeiras da senhora na Câmara é a do combate à violência contra a mulher. Como a senhora acredita que consegue contribuir nesse cenário enquanto vereadora?

Michelly Alencar -
A forma que a gente pode contribuir é primeiro trazendo à tona uma discussão com um conhecimento de causa, porque nada melhor do que a mulher para compreender assuntos que dizem respeito à mulher. Então, trazer a discussão do massivo combate à violência contra a mulher, da gente poder viabilizar ações para conscientizar da importância da denúncia. 

Na inauguração da Delegacia da Mulher, desse novo prédio, conversando com a delegada, e eu já venho acompanhando a questão dos números de casos, de denúncias, de feminicídios, são números alarmantes. Mas, uma que eu acho que é a premissa desse combate é a conscientização da denúncia. Porque, por exemplo, dos números que nós temos, de medidas protetivas expedidas, nenhuma dessas medidas resultou em feminicídio. Todos os feminicídios que aconteceram foi porque não houve antes um acompanhamento da polícia. Então, pra você ver a importância da mulher conseguir denunciar.

Mas, obviamente, ela não denuncia porque ela não tem uma rede de proteção. Essa rede de proteção dela saber que ela não vai ficar na rua, desassistida quando ela tiver que denunciar o marido e não não puder voltar pra casa, isso é de extrema relevância, isso a gente pode ajudar no papel político, fazendo essa ponte para que essa rede de proteção realmente exista, para que a assistência social, a secretaria que agora a gente tem voltada para mulher, junto com o trabalho da polícia, junto com o trabalho desenvolvido aqui na Câmara, pensando políticas públicas, projetos de lei que viabilizem esse serviço, tudo isso faz parte de cada elo dessa rede de proteção para mulher. 


Leiagora - Nós tivemos, até sexta-feira, três mulheres na Câmara. A senhora reconheceu um aumento no debate de projetos para esse público, vereadora? 

Michelly Alencar -
Ah, eu acredito que sim. Hoje, graças a Deus, eu vejo o papel da mulher aqui na Câmara como um papel de destaque, porque, pelo menos nesses dois últimos meses quando nós tivemos três mulheres, vindo de uma legislatura que não tinha nenhuma mulher antes, a gente percebe que o debate voltado para o assunto do papel da mulher, inclusive dentro do poder político, da representação política, do papel da mulher para a construção. Por exemplo, disso que eu acabei de falar, dos elo que formam a rede de apoio no combate à violência mulher, a rede de apoio para fazer com que essa mulher que acaba de fazer a denúncia saiba pra onde correr e que ela será assistida…

Por exemplo, a gente acabou de aprovar um projeto de lei que fala que as crianças filhos de mulheres vítimas de violência terão nas vagas de creches. Eu desenvolvi também um projeto que torna obrigatório que haja denúncia, por exemplo, se você tiver num condomínio, num hotel, em todos esses esses lugares que de alguma forma são coletivos, haja obrigatoriedade, se alguém ver uma agressão contra a mulher, tem que denunciar, porque às vezes você pode ser omisso até num feminicídio, porque você viu a briga ali, você viu a agressão e não denunciou. 

Então, a gente trouxe à tona essas discussões. Obviamente que nem tudo que nós trazemos à tona são projetos de lei. Pode ser uma indicação, pode ser o requerimento onde a gente traz o tema, pode ser um projeto como foi esse projeto de lei meu apresentado, não aprovado. Mas a gente tem trazido, sim, de forma muito coerente, de forma muito admirável, eu até diria, as discussões para dentro da cama, referente à mulher.


Leiagora - A senhora mencionou agora a questão de alguns projetos que podem não ser aprovados, e eu vou perguntar um pouco em relação à oposição aí na Câmara, que parece que está um pouco enfraquecida. Como é possível atuar dessa maneira, já que também não conseguem emplacar CPI, nem aprovar convocação? Como a senhora avalia a posição dos parlamentares na Câmara?

Michelly Alencar -
Eu diria que o enfraquecimento seria por um contexto do número, né? Digamos que na legislatura passada haviam cinco vereadores que andavam marchando juntos em todas as atuações, cinco nomes que eram muito combativos. Nessa legislatura a gente tem alguns nomes. Eu sou da oposição, mas não entendo que seja uma oposição mais enfraquecida porque tudo que nós temos encampado tem dado repercussão, por mais que a base tente nos sufocar. As nossas atuações têm sido vistas pela população.

Nesse caso da CPI dos Medicamentos, a base ganhou, mas nós temos ali um representante que esteve na fiscalização conosco, que, inclusive, é o representante mais atuante dentro da fiscalização, questionando, perguntando. As oitivas estão tendo minimamente uma qualidade por conta do papel desse vereador. Então, eu não considero que ela esteja enfraquecida. Eu considero que, talvez, nesse início, a gente teria cinco meses de atuação, e uma oposição que ainda está se articulando, mas as nossas atuações têm sido massivamente feitas de forma que a população tem visto a nossa luta. 

Por exemplo, a questão do kit alimentação, que é referente a uma luta minha aqui, que foi massivamente divulgada. Eu fui para cima com a secretaria. Eu nunca nem tinha pisado no sétimo andar da Prefeitura e foi o que me levou lá. A  minha discussão do kit de alimentação, a questão da vacinação dos catadores de lixo, a discussão dos resíduos sólidos, eu que levei. Então, assim, a gente teve resultados, os caçadores foram vacinados. A alimentação que nós pedimos que fosse doada a todos eles foi ampliada.

Nós temos algumas lutas que ainda estão sendo resolvidas, atendidas aos poucos. A merenda, aos poucos também. Inclusive, a própria primeira dama, esse tempinho, falou que era uma luta dela, que ela tinha conseguido e que ela daria merenda pras crianças, né?! É, assim, eu não tenho essa vaidade de falar ‘Ah, mas peraí, isso daí eu que consegui’. Fizemos uma outra com a ajuda do Ministério Público, acionamos a Prefeitura. Sabe aquela coisa da “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura?” 

Então, assim, eu acho que, talvez, aqueles cinco que ficaram muito conhecidos na legislatura passada, a gente não tenha hoje. A gente tem, talvez, três, quatro, no máximo, e cada um muito individual, mas não acho que isso esteja enfraquecendo, não. Acho que faz parte do processo e cada um tem lutado muito por suas pautas e acho que as coisas vão se ajustando. A gente vai conhecendo, e cada um vai traçando o seu caminho. 


Leiagora - A senhora mencionou parceria com o Ministério Público. Então, além das denúncias na mídia, a senhora adota outros procedimentos para garantir que os casos sejam apurados?

Michelly Alencar - 
Com certeza, porque a gente não denuncia nada, pelo menos não da minha parte, que fique apenas para um discurso midiático. Se eu faço uma denúncia, ela tem embasamento para que isso, realmente, chegue às instâncias, às esferas que podem resolver o problema. Então, quando a gente aciona a Prefeitura, quando a gente aciona o secretário responsável, quando a gente traz essa essa discussão à mídia, e a gente vê que é necessária a atuação do Ministério Público em conjunto, com certeza a gente entra.

Por exemplo, o kit alimentação foi uma parceria com o doutor Miguel Slhessarenko [Ministério Público], aí ele fez até uma ação de conciliação com a Prefeitura. Então, assim, nós nos fortalecemos, sim. Na questão dos medicamentos o Gaeco já tem investigações também. Então, nós temos várias frentes aqui. O nosso relacionamento com o Ministério Público Estadual é um relacionamento próximo, porque todo o objetivo do trabalho é que a população seja atendida.

Inclusive, recentemente, fiz até uma denúncia com relação a funcionários fantasmas nas Unidades Básicas de Saúde e todo esse enfrentamento é porque existe um problema sério, um problema grave e não queremos que a população continue sendo vítima disso. 


Leiagora- Em relação aos medicamentos vencidos, a senhora esteve na fiscalização mas não conseguiu espaço na CPI. A senhora acredita que essa investigação pode trazer algum resultado efetivo, vereadora? 

Michelly Alencar -
Na verdade eu não consegui espaço na CPI primeiro porque eu nem me coloquei como uma das opções para compor. De todos os vereadores que estiveram numa fiscalização, nós reconhecemos que nós precisávamos ter pelo menos um e a CPI, ela exige alguns requisitos jurídicos e de regimento interno. Então, eu sou a única representante do meu partido. Então, se eu não propus a CPI antes do vereador Lilo [Pinheiro], que foi o primeiro a propor, eu obviamente já estaria fora. Entende? Por que, por exemplo, quem vai ser o relator? É a maior bancada da Câmara, é o partido que tem o maior número de representantes. Então, foi o Marcos Brito o relator. No caso do [TC] Paccola, a gente decidiu que seria ele, porque seria o outro partido que também tinha a maior representatividade na Câmara. 

Então assim, não é que a gente perdeu por isso ou por aquilo. A gente perdeu, porque, obviamente, tem o interesse da base, que se assustou com o nosso trabalho e propôs a CPI na sequência. A gente já tinha um pedido, mas eles formalizaram primeiro e porque a gente segue o regimento interno. Então, é isso que fez com que eu não estivesse presente, porque eu nem me coloquei como essa opção. 


Leiagora - Em relação ao vereador Paccola, que a senhora citou, hoje ele está em cima do muro. Ele era oposição e ficou agora independente. Mas a pergunta é: a senhora é representada por ele?

Michelly Alencar -
Eu fiquei fora de duas reuniões da CPI, porque eu tive problemas muito sérios na minha família, saúde e tal, mas nas reuniões que eu participei, eu acho que ele é o único ali que consegue agregar aquilo que nós esperamos, que é um pouco mais de informação, de questionamento, de realmente cumprir o papel da CPI. Então, até este momento, eu acho que ele vem cumprindo o trabalho da maneira que esperava, só que ele é um e nós temos três. Um só também não é o suficiente para que os rumos da CPI cheguem aonde nós gostaríamos. Eu não posso definir o trabalho dele, mas ele é um cara que eu tenho esperança que vá fazer com que a CPI não caia naquilo que a gente mais teme, que é virar pizza. É um vereador que gerou uma expectativa e estamos ainda esperando. 


Leiagora - Ainda nesse sentido, alguns vereadores que foram eleitos como oposição mudaram totalmente de lado no meio do caminho. A senhora acredita que houve um oferecimento de cargo para isso? A senhora chegou a ser procurada, por exemplo, para uma conversa nesse sentido? 

Michelly Alencar - Não. Muitos que entraram como oposição já no primeiro mês escolheram um outro lado à oposição. A oposição realmente são poucos os vereadores. O Paccola tomou o rumo daquilo que eu acho que ele acredita ser o mais coerente para o mandato dele. Eu tenho muita, mas muita tranquilidade em dizer que o Emanuel sabe, e o secretariado dele já sabe, do meu perfil. Então, eles não tiveram essa ousadia de me procurar para fecharem uma proposta indecente. Eles sabem a quem eles fazem propostas. E eu não posso, em maneira nenhuma, dizer que os vereadores que foram eleitos defendendo a oposição e no mesmo mês já viraram vereadores da base receberam essas propostas, não tenho como afirmar, porque isso seria, até juridicamente, um falso testemunho, porque eu não presenciei nada. A gente tem os nossos pensamentos, a gente tem os nossos julgamentos próprios, mas daí por esses julgamentos eu não acho que seja o caminho porque eu não vi, eu não presenciei, eu não sei. Então, quanto aos outros vereadores, eu não posso julgar. 

A mim, eu digo que não recebi nenhuma proposta e o meu posicionamento como eleita permanece para o mandato: eu sou contra a corrupção. 


Leiagora - Em relação à CPI dos contratos, que quer investigar desde a gestão do atual governador Mauro Mendes. A senhora acha que é viável uma CPI que apura casos de 2012? Que efeitos têm juridicamente apoiar casos de 2012? Eles estariam com a intenção de desviar o foco?

Michelly Alencar -
Essa foi uma CPI que foi muito questionada por todos nós, porque foi uma CPI inicialmente que não tinha um objeto de investigação. Como que você faz um objeto os contratos? Não, os contratos de tantos anos não são objeto de investigação. Então, foi uma CPI que gerou muita discussão e, principalmente, alguns pontos de interrogação. Como que uma legislatura vai investigar contratos de tantos anos? A gente tem contratos da legislatura do Mauro quando prefeito. Por quê? É assim, a gente questiona.

Por exemplo, eu estou questionando o contrato de uma empresa que a Prefeitura acabou de renovar por mais 30 meses. Um contrato que vem sendo questionado na Justiça, que o TCE já apontou irregularidades, já foi questionado por praticamente todos os vereadores da oposição da legislatura passada, que aplica preços abusivos. Esse contrato acabou de ser renovado. E aí eu tenho um contrato absurdo desse sendo renovado e eu tenho uma CPI falando de contratos de 2012, entendeu? É uma coisa que realmente coloca em dúvida o propósito dessa CPI, se realmente ela vai alcançar o objetivo dela.


Leiagora - A própria CPI dos medicamentos, a senhora não acha que ela pode estar sendo usada pra tentar também localizar erros da gestão do Mauro e caminhar nesse sentido desviar o foco do Emanuel? 

Michelly Alencar -
Não, então, no caso da CPI dos Medicamentos eu acho que a gente tem o foco, que é aquela tonelada de medicamentos vencidos da gestão da Norge Pharma, uma gestão que hoje ela está responsabilizada como contratada por Emanuel Pinheiro. Então, assim, eu acho que nesse caso a gente tem um objeto claro de investigação, a gente tem um fato e esse fato está sendo investigado. Nesse caso, a gente tem basicamente duas vias que precisam ser responsabilizadas: A Secretaria Municipal de Saúde e Norge Pharma. Então, nesse caso, eu não vejo como uma responsabilização de uma gestão do Mauro, mas da CPI dos Contratos, sim, é muito estranho. 


Leiagora - Ainda em relação à Câmara, vereadora, o parlamento aprovou aquela moção de aplausos para a operação no Morro do Lugo Jacarezinho e a senhora foi a única que se absteve na votação. Por que? A senhora acha que isso maculou a imagem da Câmara?

Michelly Alencar -
Então, eu realmente me abstive, porque eu acho que não é o momento para nós, vivendo uma pandemia com com problemas na nossa saúde, problemas econômicos, ficar dentro da Câmara, gerando um desconforto, tomando tempo pra fazer moção de aplausos para algo que nem aconteceu aqui, entendeu? Só pra trazer uma discussão de “eu sou a favor, eu sou contra a atuação da polícia”? Pelo amor de Deus. Nem foi ainda desvendado, nem as investigações estão sendo feitas. Eu não tenho como me posicionar aqui e ficar tomando tempo, porque nós, vereadores, temos três minutos no nosso grande expediente. Nós temos pouquíssimo tempo para discutir aquilo que, de fato, impacta os cuiabanos. Então, eu me abstive, porque eu acho que não seria coerente para nós, representante do povo cuiabano, ficar discutindo moção de aplausos para algo que nem aconteceu aqui. 


Leiagora - Michelly, falando de política partidária, a senhora já definiu se vai disputar em 2022?

Michelly Alencar -
Já defini. Não vou disputar em 2022, não. Eu quero concluir meu mandato. Eu acho que, assim, eu sou nova na política, é minha primeira experiência, e eu defini no meu coração que eu quero focar nesse mandato.


Leiagora - Essa é uma definição da senhora ou do Democratas? 

Michelly Alencar -
Então, essa é uma definição pessoal minha. Eu, Michelly, me propus, quando eu decidi ser vereadora. Lá atrás eu já tinha comigo que eu queria fazer o meu primeiro mandato consolidado, um mandado completo, inteiro, de quatro anos. Se, de repente, eu tivesse que sair candidata a deputada, os meus eleitores continuariam sendo representados pelo meu trabalho, no âmbito estadual, mas foi uma decisão pessoal minha e hoje eu falo dessa decisão minha, como Michelly. Não sentei ainda com o grupo. Não fui acionada pelo grupo para dizer oficialmente “olha, grupo, não quero sair, não vou sair”. Até porque existe uma escassez de mulheres dispostas a concorrer, e a gente sabe que cada chapa precisa ter ali o seu quantitativo de mulheres, mas eu já falei com o presidente do partido e com alguns integrantes, nada oficial, mas já me posicionei. “Olha, eu não quero, eu não vou, não tenho interesse e já quero que vocês saibam disso”. Então, hoje esse é o meu posicionamento e a gente vai dar continuidade às conversas.


Leiagora - Esse posicionamento foi bem aceito ou a senhora sente que ainda haveria possibilidade de ser convocada?

Michelly Alencar -
Não, não. Por enquanto eu estou sendo bem respeitada. O meu grupo não fez nenhuma exigência. Claro que a gente está aqui pra somar, a gente está aqui para realmente fazer a diferença na política e eu acho que, quanto maior a proporção de alcance, e se a gente acredita que está aqui, realmente, para fazer um bom trabalho, melhor, né?! Se eu posso alcançar ainda mais o número de pessoas com o de um trabalho sério, de um trabalho íntegro e coerente, ótimo. Mas é que esse não é o meu objetivo no momento. Foi muito bem aceito, respeitado pelo presidente do partido, por algumas pessoas que eu já conversei, mas, como eu disse, formalmente e oficialmente  não tive essa conversa com, por exemplo, os líderes estaduais. Eu tive com o presidente municipal e alguns integrantes aqui, inclusive, a própria primeira dama, o governador, que fazem parte desse grupo. 


Leiagora - Falando no DEM estadual, o partido aparenta estar rachado já tem um tempo. O Emanuel até brinca com isso e diz que metade dos democratas seriam seus apoiadores. A senhora participa dos debates estaduais? A senhora acredita, por exemplo, numa reeleição do governador Mauro Mendes?

Michelly Alencar -
Acredito na reeleição do governador Mauro Mendes, sim, e o que eu puder fazer pra apoiar eu farei, porque eu acredito que, se nós temos uma boa gestão, que respeita, que entrega aquilo que a população precisa, a gente tem que apoiar com todas as forças. E eu acredito muito no trabalho do do governador Mauro Mendes. Acredito, sim, que ele vai ser reeleito e vou apoiá-lo se assim ele decidir, assim que oficializar sua candidatura, porque isso não foi oficializado ainda, eu serei uma das primeiras a apoiá-lo. 

Agora, com relação ao racha no partido, ao Emanuel fazer as piadinhas dele, porque é bem típico dele, o que eu posso dizer é: Emanuel é um político antigo. Já foi vereador, já foi deputado, tem um trânsito com todo mundo, ele conhece todo mundo. Obviamente, no meio político, ele tem as pessoas que ele é um pouco mais próximo, independente do partido. Então, ele faz as brincadeirinhas dele, dizendo que parte do partido está com ele e outra parte com o Mauro. Não acredito nisso, acho que são só alfinetadas, porque ele busca meios para alfinetar o governador mesmo, e não acredito que esteja rachado. E, se estiver, não é algo que chega até mim, porque eu nunca participei de nenhuma roda de conversa, de nenhum momento onde eu pude ver esse reflexo de pessoas que conosco e ao mesmo tempo estão com o Emanuel. 


Leiagora - E em relação à eleição do Emanuel, a senhora acredita que ele pode sair candidato ao Governo em 2022? 

Michelly Alencar -
Olha, eu não duvido nada do Emanuel. Ele é uma pessoa que nada nos surpreende, entendeu? Ele foi reeleito, ele é uma pessoa que sabe muito fazer política. Isso eu admiro no Emanuel, ele sabe fazer política. Se ele quer um negócio ele vai lá e faz. Então, não sei se ele vai ser não, mas pode acontecer. Ele tem dito na mídia que ele é candidato ao Governo, né?! Eu acho que lá na frente ele também pode mudar de ideia. Dele eu espero qualquer coisa, ele mudar de ideia ou ele ir em frente. Independente dele sair, eu já tenho o meu apoio, que é o Mauro. A ele jamais. 


Leiagora - Mas se o Emanel sair ao governo, ele tem que largar a Prefeitura. A senhora acha que seria uma traição com a população? 

Michelly Alencar - 
Olha, eu não sei te responder, porque eu acho que é difícil. Acho que, para mim, a maior traição é um político corrupto, é roubar da população aquilo que é de direito. Depois de nós termos visto um vídeo dele colocando dinheiro no paletó, eu não sei, até que ponto tem esse respeito dele sair candidato. Nesse momento eu não sei te dizer, porque, como eu disse, a gente espera qualquer coisa dele. Ele tá formando, ele tem um vice bom, que é o Stopa, e eu não sei qual é a articulação, porque eu, de fato, não participo das articulações e nem das conversas, não sei como eles estão pensando. Às vezes ele fica aqui pentelhando, falando, falando, aí chega lá na hora e vê que o cenário não é propício e ele não sai. Então, eu acho que é muito cedo pra eu dizer que se ele sair e não ganhar ele vai trair ou vai deixar a população na mão. 
 
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