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20/06/2021 às 14:00

Policial realiza sonho e se torna primeira mulher no Esquadrão Antibombas do Bope

Luzia Araújo

As ocorrências envolvendo explosivos são consideradas de alta complexidade pelos policiais, mas nem isto foi suficiente para impedir que a cabo da Polícia Militar, Talyta Pimenta Jara, realizasse o sonho de entrar para o Esquadrão Antibombas do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e se tornar a primeira militar feminina a ingressar no grupo. Além disso, ela se tornou a terceira mulher policial no Brasil a fazer parte do Esquadrão Antibombas.

Talyta está no Bope há mais de seis anos, mas foi no ano passado que a militar se tornou uma técnica explosivista. Ao entrar no Bope para atuar no setor administrativo no ano de 2015, a militar conheceu de perto as atividades desenvolvidas pelos “caveiras” dentro do batalhão e foi o serviço do Esquadrão Antibombas que chamou mais a sua atenção. “Foi conhecendo o trabalho do pessoal que me identifiquei com o serviço dos explosivistas e me interessei pela a área”. 

A militar explicou que a finidade com o trabalho do esquadrão também veio devido a sua formação acadêmica em ciências biológicas, na qual teve a oportunidade de estudar temas ligados ao assunto. 

Ao receber a notícia que as inscrições para o curso estavam abertas, a cabo não pensou duas vezes e decidiu participar, mesmo sabendo que a atividade seria de alto risco e não admitiria erros. Ela contou que teve que se preparar muito para encarar um rigoroso processo seletivo, que teve 23 inscrições, mas apenas cinco policiais formados. 

Além do teste de aptidão física, Talyta teve que mostrar sua habilidade usando o traje que protege os explosivistas nas ocorrências com bombas. A roupa especial composta por um macacão e o capacete pesa aproximadamente 48 quilos. A militar também passou por avaliação psicológica e foi testada na parte técnica do curso, sendo aprovada em todas as fases e pronta para desativar bombas, fazer detonação de restos de explosivos, entre outras ações envolvendo produtos de explosão. O curso teve 48 dias de aulas em período integral, com conteúdo teórico e prático. 

Talyta afirmou que o fato de ser mulher não a privilegiou e que foi bem recebida pelos colegas de esquadrão mesmo sendo uma policial feminina. Atualmente, o grupo é formado por 11 explosivistas. “O pessoal do esquadrão sempre me recebeu da melhor forma possível, fazendo com que eu realmente me sentisse parte do grupo”. 

A policial admitiu que sua conquista serve de inspiração para outras mulheres que estão dentro ou fora da corporação e que por isto a sua responsabilidade é maior ainda. “A princípio fiz o curso para uma realização pessoal, porém hoje percebo que sirvo de inspiração, principalmente para o público feminino, o que aumenta ainda mais a minha responsabilidade por ter chego até aqui”. 


 
 
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