‘Nunca prometi doses’, declarou ministro da Saúde a Gilberto após ser questionado
Camilla Zeni
A confusão de entendimento sobre o envio de doses extras de vacinas contra a covid-19 para Cuiabá e Várzea Grande, que teria sido prometido pelo governo federal, levou o secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, a questionar pessoalmente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre o assunto.
De acordo com Gilberto, ele entrou em contato com o ministro assim que a imprensa passou a noticiar a informação de que o governo federal não enviaria mais doses extras de imunizantes como compensação pela realização da Copa América em Mato Grosso.
“Eu falei com o ministro ontem, até para certificar se isso que estava sendo falado na mídia, de que não viria dose extra nenhuma, era uma verdade. Ele falou: ‘não irá dose extra por essa razão’. Ele foi taxativo: ‘Eu nunca prometi mandar doses de vacina por força da Copa América. Nem posso fazer isso porque é uma pactuação nacional. Não posso fazer a distribuição dessa maneira’", contou Gilberto ao Leiagora nessa terça-feira (22).
A resposta de Queiroga, segundo ele, não surpreendeu. Isso porque, desde que a Prefeitura anunciou que receberia as doses extras, Gilberto vinha afirmando que não havia qualquer informação oficial do Ministério da Saúde em relação ao caso.
“Por mais bom que seja e boa intenção que tenha o ministro para Mato Grosso, ele não tem autonomia para fazer distribuição dessa maneira. Ele tem que cumprir aquilo que está no PNI e o que é pactuado pelas instâncias de pactuação. Por isso que ele não pode atender um pedido dessa natureza”, completou.
A confusão na informação começou porque, há duas semanas, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), anunciou que esteve pessoalmente com o presidente Jair Bolsonaro, pedindo doses de vacina contra a covid-19 como compensação pela realização do campeonato de futebol.
Dias depois, Queiroga chegou a gravar um vídeo ao lado do gestor no qual afirmou que em breve viria a Cuiabá “dar uma grande notícia”. Apesar de não citar explicitamente que enviaria doses extras, o ministro não discordou quando Emanuel mencionou o assunto.
Na visão de Gilberto Figueiredo, Emanuel se precipitou ao fazer o anúncio e criou “uma expectativa indevida”. Emanuel Pinheiro, porém, garante que confia no compromisso firmado com o ministro da Saúde e reafirmou que houve comprometimento para envio das doses.
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