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24/06/2021 às 09:07 | Atualizada: 24/06/2021 às 09:25

MPE pede bloqueio de R$ 136,9 mil de médico vereador que recebeu sem trabalhar

Leiagora

O Ministério Público de Mato Grosso (MPE), por meio da Promotoria de Justiça de Canarana (a 605km de Cuiabá), acionou judicialmnte o médico vereador Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa por descumprimento da carga horária de trabalho, enriquecimento ilícito e dano ao erário.

O Ministério Público pediu liminarmente o bloqueio de R$ 136.997,96 do acusado, bem como sua condenação pela prática de atos de improbidade administrativa. No mérito, pediu o ressarcimento integral do dano causado ao Município, no valor de R$ 36.997,96; a suspensão dos direitos políticos pelo prazo de cinco anos; pagamento de multa civil no valor de R$ 100 mil; proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios por cinco anos; e pagamento de indenização a título de dano moral coletivo no valor de R$ 100 mil.  

Segundo o MPE, as investigações começaram por meio de um inquérito civil, para apurar irregularidades no exercício do cargo público de médico. O caso foi descoberto depois que a Prefeitura encaminhou cópia da folha de ponto do servidor público.    

“Saltou aos olhos que, em diversas datas, de janeiro a maio/2021, o investigado simplesmente não bateu o ponto na unidade de saúde em que labora, qual seja, o PSF Mutirão. A título de exemplo, nos meses de janeiro e fevereiro/2021, o médico bateu ponto em apenas duas datas, evitando qualquer tipo de controle eficaz de horário. Em outras ocasiões, o ponto eletrônico consignou atrasos e saídas antecipadas superiores a uma hora, além do descumprimento da jornada diária de oito horas”, consta na ação. Isso porque o servidor deveria cumprir carga horária de 40 horas semanais, com expediente das 7h às 11h e das 13h às 17h, de segunda sexta-feira.   

No decorrer da investigação, a Secretaria Municipal de Saúde reiterou que o médico apresenta diversas faltas injustificadas, além da rotina de atrasos.

Ao ser intimado a comparecer na sede da Promotoria de Justiça em razão das irregularidades, o vereador se recusou a prestar esclarecimento verbal e fez uso do direito constitucional ao silêncio.    

Conforme apurado pelo MPE por meio de provas testemunhais, “a negligência do servidor teve início há anos, porém, agora, com a eleição para o cargo de vereador, o descompromisso tomou grande proporção”.

Diante dos fatos, o promotor de Justiça Matheus Pavão de Oliveira concluiu que “evidencia-se, pois, a prática de ato de improbidade administrativa, pelo servidor Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa, que recebe remuneração integral, apesar da sua contumaz ausência de pontualidade e assiduidade, ensejando enriquecimento ilícito, além de prejuízo ao erário”.    

Conforme o promotor, em três meses de salário recebido, o servidor somente cumpriu a carga horária de menos de dois meses de trabalho, ocasionando prejuízo de R$ 36.997,96 ao erário. Além desse dano, os atrasos e faltas refletiram sobre toda a coletividade, em especial os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que tiveram o atendimento afetado. 

 
Com informações do MPE
 
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