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30/08/2021 às 12:35

Estudo mostra efetividade da CoronaVac acima de 70% contra hospitalizações

Leiagora

Uma pesquisa realizada com 60,5 milhões de brasileiros vacinados entre janeiro e junho de 2021 mostrou que a CoronaVac, vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac, tem uma efetividade superior a 70% para evitar casos graves, internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e mortes causadas por covid-19, inclusive entre idosos.

O estudo, que analisou a CoronaVac e a vacina da Astrazeneca/Fiocruz, é o maior já realizado no Brasil sobre a efetividade da vacinação contra o SARS-CoV-2.

Do total de pessoas avaliadas que haviam completado o esquema vacinal com CoronaVac (ou seja, tomado as duas doses), 72,6% apresentaram menor risco de hospitalização, 74,2% menor risco de admissão em UTI e 74% menor risco de morte.

Em relação às pessoas entre 60 e 89 anos, a efetividade da vacina foi ainda melhor: 84,2% contra hospitalizações, 80,8% contra internações em UTI e 76,5% contra mortes. 

O estudo foi realizado por pesquisadores das universidades federais da Bahia e de Ouro Preto, da Universidade de Brasília, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, da London School of Hygiene & Tropical Medicine e da Fundação Oswaldo Cruz Fiocruz. 

As conclusões foram publicadas no artigo “The effectiveness of Vaxzevria and CoronaVac vaccines: A nationwide longitudinal retrospective study of 61 million Brazilians (VigiVac-COVID19)”, na plataforma de preprints MedRxiv. 

Dos 60,5 milhões de brasileiros analisados no estudo, 21,9 milhões (36,2%) foram imunizados com a CoronaVac, e 38,6 milhões (63,8%) com a vacina da AstraZeneca/Fiocruz. Ao todo, 26,8 milhões de pessoas (44,4% do total) tinham 60 anos ou mais.

Para determinar a efetividade das vacinas em evitar casos graves de Covid-19, os pesquisadores confrontaram as informações de populações vacinadas com os dados nacionais do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), que reúne os casos notificados de hospitalizações e mortes causadas por vírus respiratórios, como é o caso do SARS-CoV-2. 

O levantamento é extremamente importante não apenas pelo número elevado de indivíduos analisados, como por se tratar do primeiro levantamento feito nacionalmente para aferir a efetividade vacinal – que não é a mesma coisa que eficácia.

Enquanto a investigação da eficácia é feita em condições ideais e controladas, por vezes em laboratório, a análise da efetividade vacinal é baseada em dados do mundo real, onde a vacina é colocada à prova diante de um conjunto diverso de pessoas, em diferentes condições.

Outro estudo de efetividade feito em relação à CoronaVac foi o Projeto S, realizado pelo Butantan em Serrana, interior de São Paulo. Por meio dele, a população do município (quase 28 mil adultos) foi vacinada entre fevereiro e abril de 2020.

A pesquisa concluiu que o imunizante causou uma redução de 80% no número de casos sintomáticos de Covid-19, de 86% nas internações e de 95% nos óbitos. Além disso, mostrou que com uma cobertura vacinal de aproximadamente 75% da população adulta a pandemia pode ser controlada.

A eficácia da CoronaVac foi comprovada no Brasil por meio de um estudo clínico de fase 3 com 13 mil voluntários, todos profissionais da saúde, população altamente exposta à Covid-19. Os resultados finais demonstraram que a eficácia geral do imunizante pode chegar a 62,3% quando o intervalo entre a primeira e a segunda dose é de 21 a 28 dias. Os dados foram divulgados na plataforma de preprints SSRN, ligada à revista The Lancet, e estão em processo de revisão por pares. 

 
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*Este texto é uma colaboração do jornalista científico Peter Moon para o portal do Butantan
 
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