19/10/2021 às 13:20 | Atualizada: 19/10/2021 às 14:03
Chefe de gabinete e braço direito de Emanuel é preso por interferir em investigação
Denise Soares
O chefe de gabinete do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), Antônio Monreal Neto, foi preso na manhã terça-feira (19) por interferir na investigação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). A informação consta da decisão do desembargador Luiz Ferreira Da Silva, que resultou no afastamento do emedebista do cargo.
A Operação Capistrum, realizada pelo Ministério Público Estadual e pela Polícia Civil, investiga irregularidades em contratações e pagamentos na área da saúde. Policiais e agentes cumpriram mandados de busca e apreensão e o sequestro de bens contra o prefeito, a primeira-dama, Márcia Pinheiro, e outros investigados.
Segundo a Justiça, ficou evidente a necessidade da prisão temporária de Neto, que é considerado uma pessoa de alta confiança de Emanuel e trabalha com ele desde fevereiro de 2014, quando o prefeito ainda estava como deputado na Assembleia Legislativa.
Neto interferiu quando membros do Gaeco tentaram ouvir os servidores municipais e acessar documentos dos órgãos da prefeitura. O chefe de gabinete determinou que os servidores públicos não prestassem informações, tampouco fornecessem documentos ao Ministério Público.
Para a Justiça, ficou "demonstrado claramente a intenção em obstruir as investigações".
As contratações irregulares eram por indicações pessoais, por interesses políticos e os pagamentos de forma arbitrária por parte de Emanuel e a primeira-dama, segundo a investigação.
R$ 16 milhões
O desembargador Luiz Ferreira da Silva determinou o sequestro de R$ 16 milhões das contas do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, primeira-dama Márcia Pinheiro, chefe de gabinete Antonio Monreal Neto, da secretária adjunta de Governo, Ivone de Souza, e do ex-coordenador de Gestão de Pessoas da Secretaria Municipal de Saúde, Ricardo Aparecido Ribeiro.
O valor busca ressarcir os prejuízos que teriam sido causados pelo esquema na Saúde de contratação irregular de pessoas com a finalidade de atender ações políticas. A ação é baseada na delação do ex-secretário de Saúde, Huark Douglas Correia, que confirmou ter contratado mais de 250 servidores temporária, cuja contratação, em sua maioria, teria sido realizada para atender interesses políticos do prefeito.
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