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21/10/2021 às 08:49

Auxílio Brasil: Guedes recua e admite “licença temporária” para furar teto

Metropoles

O ministro Paulo Guedes, que até terça-feira (19) não aceitava “de jeito nenhum” furar o teto de gastos para incrementar o valor do Auxílio Brasil, admitiu “licença temporária” para gastar e considerou, até mesmo, antecipar a revisão da regra, que estava prevista para ocorrer em 2026.

O chefe da pasta de Economia disse que o governo deve pedir o que chamou de “waiver” (renúncia da regra). Segundo ele, o espaço fora do teto será de R$ 30 bilhões, se aprovado.

“Estávamos estudando se faríamos uma sincronização de despesas com o teto. Seria uma antecipação da revisão do teto de gastos. Ou mantém [o teto], mas pede uma licença para gastar essa camada temporária de proteção”, acrescentou. “A camada de proteção é transitória. Nos leva até dezembro do ano que vem. Ou seja, enquanto nós sofrermos esses impactos trazidos pela calamidade da pandemia, nós precisamos de um programa que possa cobrir o preço da comida e da energia, pressionadas pela inflação.”

A mudança de temperamento do ministro ocorre após um dia conturbado para a equipe econômica e os integrantes do governo, marcado por discussões e “muita confusão”, de acordo com fontes ouvidas pelo Metrópoles.

De um lado, Guedes e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendiam que o valor do subsídio não fosse de R$ 400, como gostaria o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Do outro, estavam João Roma (ministro da Cidadania) e Ciro Nogueira (ministro da Casa Civil), intercedendo para emplacar o desejo do mandatário do Executivo Federal.

“Nenhuma família vai receber menos que R$ 400. É um enorme esforço fiscal, mas um avanço importante”, afirmou Guedes.
 
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