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03/11/2021 às 19:57 | Atualizada: 03/11/2021 às 20:43

Presidente do Nova Mutum pede afastamento do clube após denúncia de injúria racial

Débora Siqueira

O presidente do Nova Mutum Esporte Clube, Anir Siqueira, pediu afastamento clube após ter sido tornado público por ele ter chamado o preparador físico do União de “negrinho vagabundo, no dia 31 de outubro, partida que o União venceu por 1 a 0 pela Copa FMF.
 
O preparador físico Jaques Douglas contou que ao pedir a bola ao árbitro para o aquecimento dos jogadores, seguindo protocolos do campeonato, e foi abordado pelo presidente do Nova Mutum que não teria bola nenhuma e que ele era um “negrinho vagabundo”. Jaques falou pra Anir ir estudar e ainda foi expulso da partida. No fim do jogo, ele registrou boletim de ocorrência contra o presidente afastado do Nova Mutum.
 
Em nota, o clube se posicionou sobre o episódio, pede desculpas pelo ocorrido e pela publicidade negativa.
 
 “O Nova Mutum Esporte Clube, através de sua diretoria, tomou conhecimento do episódio relatado através das mídias sociais, no qual na data de 31 de outubro de 2021, o preparador físico do União Esporte Clube registrou um Boletim de Ocorrência alegando ofensas proferidas pelo Presidente deste clube, onde este haveria proferido palavras que caracterizariam o fato de injúria preconceituosa.

Cabe aqui ressaltar que ao longo da formação do Nova Mutum Esporte Clube – fundado em 1988 – nunca ocorrera qualquer episódio semelhante. A diretoria pede a toda a sociedade, torcedores e amantes do futebol, as mais sinceras desculpas por tal envolvimento e publicidade negativa.

Infelizmente o fato que vem sendo veiculado nos mais diversos meios de comunicação, sem a devida empatia, cautela e respeito à imagem dos supostos envolvidos é deveras prejudicial e constrangedora.

O membro diretor suspeito, que é empresário local, membro da direção FMF e que vem atuando brilhantemente em seu papel há anos, com objetivo da busca da verdade real e por razões pessoais, na tarde de ontem, requereu seu afastamento do cargo, para que o fato seja devidamente esclarecido.

A comissão técnica, diretoria e organização se prontificam a esclarecer todas as dúvidas pertinentes ao assunto supramencionado, e afirmamos ainda que não pactuamos com qualquer atitude desrespeitosa, quão mais, mas não exclusivamente no que tange à raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou deficiência.

Seja no convívio societário, seja dentro ou fora do campo, devemos nos pautar tão somente na disputa cordial e profissional, deixando o ódio e a formação de opiniões desidiosas fora daquele que é o esporte mais popular e bonito do mundo. No clube temos como praxe o dizer de que a única diferença de cor é só a camisa dos jogadores.

Logo, diante de todo o ocorrido, busquemos nesse momento, a devida cautela nos comentários, posto que, antes do devido processo legal, um julgamento arbitral afasta a empatia, podendo acarretar danos irreparáveis aos envolvidos, além de promulgar o ódio e a discordância social”.
 
 
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