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07/11/2021 às 18:05 | Atualizada: 07/11/2021 às 18:37

Após 112 dias, Isadora é localizada em MS com avô paterno

Alline Marques

Após 112 dias desaparecida, a menina Isadora, de 8 anos, foi localizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), próximo de Coxim (MS), na companhia dos avós paternos, o defensor público Air Praeiro e Lilian Almeida. A criança agora segue para Cuiabá e está sendo escoltada por uma viatura da PRF. A chegada está prevista para as 23h. 

A mãe de Isadora, a enfermeira Marina Pedroso Ardevino, conseguiu na Justiça reverter uma decisão que dava a guarda para Air Praeiro. A sentença é da desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho e concede a guarda unilateral à mãe. 

As autoridades públicas farão a recepção da criança no posto da PRF, na entrada de Cuiabá, na região do Sinuelo, para que se faça cumprir as determinações judiciais de entrega da menor. 

A magistrada destacou que embora não seja objeto da ação, não há como deixar de mencionar o fato do reiterado descumprimento das ordens judiciais por parte de João Vitor Almeida Praeiro Alves, pai da criança.

“O genitor, se mostra alheio e ignora todas as decisões, ao passo que havendo a determinação de busca e apreensão reluta em entregar a criança que se encontra desaparecida. Neste passo, além de constar a infante no Cadastro de Desaparecidos, se verifica que o genitor é um perigo/risco para o desenvolvimento da criança diante das atitudes tomadas até agora, e não se sabe quais outras pode tomar para atingir seus interesses egoísticos”, declarou a desembargadora em trecho da decisão. 

A desembargadora destaca que os atos praticados pelo pai não contribuem para o desenvolvimento da filha e lembra que não se tem notícia de quais são as condições em que a criança está vivendo e as fotos apresentadas pelo advogado não parecem ser atuais e não são suficientes para comprovar que de fato ele tenha condições de exercer a guarda provisória.

Na decisão, a magistrada pontuou ainda que não há elementos probatórios que desabonem a mãe. "O mesmo já não pode ser dito em relação ao pai João vitor Almeida Praeiro Alves, que embora em outros recursos alegue estar preocupado com o bem-estar da filha, não é o que se apresenta, pois desde que a pegou, há mais 100 (dias) a manteve incomunicável e em local incerto, além de desobedecer diversas decisões judiciais e obstruir o andamento processual com a recusa em comparecer aos atos judiciais. Tal situação não pode perdurar, pois a infante está em evidente situação de risco sim, uma vez que ninguém conhece o paradeiro, nem o seu estado físico e emocional”, apontou a magistrada.

O pai alegou não ter devolvido a filha, que foi passar férias no meio do ano com ele, por acreditar que a criança sofria maus tratos, denúncias estas que são rebatidas pela mãe, que encampou uma campanha mobilizando a sociedade para encontrar Isadora. 

Na semana passada o Juízo da 5ª Vara Especializada de Família e Sucessões da Comarca de Cuiabá, concedeu a guarda provisória de Isadora a Air Praeiro, porém, sem realizar nenhum exame psicossocial para subsidiar a decisão. Além disso, não haveria competência do Juízo para tal decisão, uma vez que o processo de guarda da criança estava na 1ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Cuiabá.
 
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