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26/11/2021 às 12:10 | Atualizada: 26/11/2021 às 12:18

Projeto ajuda produtores a terem sustentabilidade com criação de gado no Pantanal

Denise Soares

Produtores de 15 fazendas localizadas no Pantanal mato-grossense se reuniram nesta sexta-feira (26), na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) para discutir e apresentar resultados de um projeto de sustentabilidade econômica na criação de gado na região.
 
A Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS) é um programa piloto criado para auxiliar produtores rurais do Pantanal de Mato Grosso a se desenvolverem economicamente na região e de forma sustentável.
 
Durante o evento, os produtores disseram que muitos pantaneiros queriam abandonar a região por falta de manejo e políticas públicas que colaborassem.
 
Segundo Lucélia Avi, gestora do núcleo técnico da Famato, o projeto foi idealizado em 2017 entre a federação e sindicatos rurais. Com a ajuda de técnicos, o programa fez diagnósticos de cada propriedade para saber como é a fauna e a flora do local.
 
Os produtores receberam sugestões de como melhorar o trabalho nas fazendas, desde melhoras as vias de acesso, sistema de energia, comunicação, saúde e captação e distribuição de água em piquetes para os animais.

Alguns produtores até demarcaram locais com histórico de ataque de onças-pintadas. Todas as ações são feitas respeitando o bioma.
 
Técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) visitam as propriedades todo mês.
 
“Os produtores já começaram a aplicar medidas, principalmente com a água e adequação no período da seca e até a gestão da propriedade. Pretendemos expandir para mais 15 propriedades em 2022”, disse Avi.
 
Com a assistência, produtores perceberam um aumento na produtividade, melhoria na taxa de vacas prenhes e lotação no pasto.
 
“Foram identificados gargalos e os produtores até aumentaram o fornecimento nutricional do gado”, completou a gestora.
 
Para Marcelo da Rosa, segundo vice-presidente e diretor da Famato, a parceria deu certo pelo apoio de entidades privadas e públicas.
 
“O objetivo é fixar o homem do pantanal. São pessoas que se criaram lá dentro e por um problema de sustentabilidade econômica não queriam mais assumir as terras”, comentou.
 
O produtor rural Alcides Caetano Martins diz que tem sido bem assistido no projeto.
 
“Pensamos no bem-estar animal e bem-estar social. O homem pantaneiro estava ficando esquecido. As pessoas têm que entender que sempre vivemos na região e produzimos nessa região”, declarou.
 
 
O levantamento de dados é feito por meio de um software denominado FPS, desenvolvido pela Embrapa Pantanal, que possibilita acompanhar a evolução da sustentabilidade de cada propriedade.
 
A ferramenta faz parte do projeto e funciona como uma espécie de raio-x da fazenda, indicando seus pontos fortes, fragilidades, potencial produtivo e alternativas para melhorar os resultados.
 
A FPS consiste em fazer diagnósticos ambientais, sociais e econômicos em cada uma das 15 propriedades rurais assistidas, localizadas em cinco municípios do estado: Poconé, Cáceres, Rondonópolis, Itiquira e Barão de Melgaço.
 
Os trabalhos contam com um time de técnicos das entidades envolvidas que visitam as propriedades rurais periodicamente para fazer o levantamento das informações e orientam os produtores conforme as particularidades de cada fazenda.
 
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