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15/12/2021 às 08:11

Operação afasta servidor investigado por fraude em ofício da Grampolândia

Denise Soares

O servidor público estadual Rosinaldo Nunes de Almeida, investigado por fraudar um ofício da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), foi afastado novamente do cargo de chefe de protocolo da Casa Civil em uma operação da Polícia Civil nesta quarta-feira (15), em Cuiabá.

A casa de Rosinaldo foi alvo de busca e apreensão em uma operação considerada desdobramento da ‘Grampolândia,’ que investigou um escritório clandestino de espionagem dentro do governo de Mato Grosso, à época comandado por Pedro Taques.

Segundo a delegada Ana Cristina Feldner, responsável por inquéritos que investigam grampos ilegais em Mato Grosso, a operação desta quarta-feira buscava o protocolo que desapareceu, tanto virtualmente quanto fisicamente.

Rosinaldo respondia a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) na Controladoria Geral do Estado (GCE) e foi considerado culpado. Ele negou as acusações em depoimento ao órgão.

Ele voltou ao cargo em fevereiro deste ano. À época, o governo informou que 'o referido servidor foi absolvido pela CGE e teve o PAD arquivado por falta de provas em outubro de 2020''.

No entanto, o retorno do servidor ao cargo, principalmente como chefe, foi considerado totalmente incoerente pela delegada, como se deixassem ‘a raposa cuidando do galinheiro’.

“O principal alvo é Rosinaldo, que respondia a um PAD, mas ele voltou ao cargo de chefe de protocolo. Algo totalmente incoerente e que poderia atrapalhar as investigações tendo informações privilegiadas”, disse a delegada ao Leiagora.

O servidor teve equipamentos eletrônicos apreendidos que serão periciados. Ele está proibido de manter contato com Pedro Taques, Paulo Taques ou o ex-secretário José Adolfo.

As ações policiais desta quarta-feira não têm envolvimento do atual governo.
O documento chegou a ser protocolado na Casa Civil, mas foi substituído por outro ofício, com o mesmo número, mas que tratava de pedido de obras em Juara.
 
Grampolândia

A Polícia Militar grampeou, com autorização judicial, mais de 100 pessoas que não eram suspeitas de crime em 2014 e 2015. Os alvos foram políticos, jornalistas, advogados, médicos, entre outros.

De acordo com o Ministério Público Estadual, Paulo Taques foi amante de Tatiane Sangalli entre 2009 a 2015, data em que assumiu o cargo de secretário-chefe da Casa Civil de Mato Grosso.

Antes, em 2014, Paulo Taques teria montado um 'escritório' de interceptações clandestinas durante a campanha eleitoral do primo.

As escutas começaram em setembro de 2014 e se estenderam até setembro de 2015. A finalidade era de grampear adversários políticos de Pedro Taques, que na época era candidato ao governo.
 
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