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07/01/2022 às 08:00 | Atualizada: 07/01/2022 às 08:23

Deputados veem cunho eleitoral em processo seletivo da SES

Débora Siqueira

Deputados estaduais criticaram o processo seletivo promovido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), que oferece quase 3 mil vagas por meio de análise de currículo. Eles apontam salários discrepantes com a tabela salarial dos servidores da Saúde e o fato de o certame ser realizado em ano eleitoral, considerando que o secretário da pasta, Gilberto Figueiredo (DEM), deve deixar a secretaria em março para se candidatar a deputado estadual.
 
“Fico preocupada com essa pauta para a contratação de quase 3 mil servidores em concurso público e novamente por meio de análise de currículo. É realmente preocupante que isso ocorra em ano eleitoral, quero referendar a fala dos deputados Lúdio Cabral (PT) e Paulo Araújo (PP), contrários a esse processo. É uma preocupação de todos nós deputados”, comentou a deputada Janaina Riva.
 
Servidor de carreira da SES, o deputado Paulo Araújo também vê com estranheza a realização do processo seletivo para contratação de um contingente de pessoas sem que seja, ao menos, feito por meio de provas.
 
“É estranho uma contratação grande dessa com o gestor da pasta candidato declarado e teve três anos para realizar concurso público e decidiu optar por um processo seletivo simplicado  por meio de análise de currículo em ano eleitoral”.

As inscrições para o processo seletivo da SES iniciou dia 3 de janeiro e seguem até 17 deste mês e visam contratar 2.959 servidores em 18 hospitais estaduais, com salários de
R$ 1,3 mil a R$ 7 mil 
 
Desrespeito ao TAC com MP
 
O deputado Lúdio Cabral foi além. Ele já havia feito a denúncia contra o processo seletivo que a SES pretendia fazer em novembro para o Hospital Metropolitano e Hospital Regional de Rondonópolis, sem publicidade e inscrições em meio ao fim de semana e feriado.
 
Contudo, ele apontou falhas graves neste novo processo seletivo como desrespeito ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre o Governo do Estado e o Ministério Público de que enquanto a SES não realizar concurso público, deve promover processo seletivo por meio de provas e títulos e não com análise de currículo.
 
“Somente no Hospital Metropolitano tem 7 mil inscritos. O prazo de análise de currículo são de 5 dias. A SES terá que analisar mais de 1,2 mil currículos por dia, apenas neste hospital”, comentou o deputado.
 
Além disso, os salários de R$ 1,3 mil a R$  7 mil oferecidos pela SES estão em desacordo com a tabela de salários dos servidores de carreira. Os contratados devem, por lei, ganhar de forma similar aos concursados.
 
O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) concordou com os apontamentos feitos pelo deputado petista.
 
“Obrigado deputado Lúdio Cabral, vossa Excelência está coberto de razão. Há um flagrante desrespeito a legislação em relação a esse edital”.  
 
 
 
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