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15/02/2022 às 07:13

Algumas tropas russas mobilizadas perto da fronteira com a Ucrânia retornam aos quartéis

Do G1

A Rússia retirou de regiões de fronteira com a Ucrânia algumas das tropas que faziam exercícios militares e enviou os soldados de volta para suas bases, disse o Ministério de Defesa do país nesta terça-feira (15).

De acordo com a agência Interfax, o porta-voz do ministério, Igor Konashenkov, afirmou que os grandes exercícios militares não terminaram, mas que soldados de distritos do Sul e Oeste completaram as manobras e vão começar a voltar para as bases. Não foi especificado quantos soldados devem voltar aos quartéis.

Os Estados Unidos e o Reino Unido têm avisado que a Rússia pode estar se preparando para invadir a Ucrânia a qualquer momento.

A ministra de Relações Exteriores do Reino Unidos, Liz Truss, disse que só acredita que a Rússia não pretende invadir a Ucrânia se ela vir uma retirada completa das tropas das regiões de fronteira.

Imagens de vídeo divulgadas pelo Ministério de Defesa da Rússia e publicadas pela agência de notícias RIA mostram alguns tanques sendo carregados em vagões de trens.

O ministério afirmou que vai usar caminhões para carregar uma parte do material, e que as tropas vão marchar até as bases.

Governo russo confirma retirada

O governo russo confirmou o início da retirada de suas tropas estacionadas na fronteira com a Ucrânia, ressaltando que os exercícios são normais e denunciando o que chama de "histeria" ocidental diante de uma suposta invasão do país vizinho.

"Sempre dissemos que depois das manobras as tropas voltarão para seus quartéis de origem. E é isso que está acontecendo agora. É o procedimento habitual", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, à imprensa.

Ele afirmou que no futuro Moscou vai organizar "mais exercícios em toda Rússia" e reivindicou o direito do país a organizar manobras em seu território.

No momento em que os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, afirmam que a Rússia prepara uma invasão da Ucrânia, Peskov denunciou uma "campanha absolutamente sem precedentes destinada a provocar tensões".

"Este tipo de histeria não tem nenhum fundamento", disse o porta-voz.

A Rússia concentrou mais de 100 mil soldados em regiões de seu território próximas das fronteiras com a Ucrânia. Além disso, enviou militares para a Belarus para exercícios militares que devem terminar no dia 20 de fevereiro. Assim, a Ucrânia está quase completamente circulada por militares russos.

O governo russo negou que tem planos para atacar o país vizinho, mas exige garantias legais que a Ucrânia não vai integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Rússia continuará diálogo com Ocidente, diz chanceler

A Rússia continuará seu diálogo com o Ocidente sobre questões de segurança e está pronta para conversações separadas sobre mísseis nucleares de alcance intermediário, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, nesta terça-feira.

Falando após conversações com o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Zbigniew Rau, em Moscou, Lavrov descartou como "terrorismo de informação" as informações de que a Rússia está planejando uma invasão na Ucrânia.

Putin recebe Scholz

Nesta terça-feira, o presidente russo Vladimir Putin recebe o chanceler alemão Olaf Scholz em Moscou para tentar solucionar a crise.

Os países ocidentais ameaçam Moscou com sanções sem precedentes em caso de ataque ao território ucraniano. Estados Unidos e outros países também enviaram reforços militares para o leste da Europa.
 
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