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03/03/2022 às 09:00

Presidente da Aprosoja defende exploração de fósforo e potássio no país

Débora Siqueira

A guerra expôs a situação nada confortável ao Brasil, um dos grandes produtores mundiais de alimentos: a dependência de insumos estrangeiros para poder fertilizar o solo, para plantar e colher.
 
“É muito grave o cenário que a gente vive, mas o principal de tudo isso é que temos abundância de recursos naturais como fósforo e potássio em nossas reservas, mas a burocracia não permite que seja explorado para que o nosso país seja autossuficiente e não dependa de outros países e nos deixa numa situação dessas”, lamentou o presidente da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore.
 
Ele destaca que este é o momento de o setor produtivo e o poder público unirem forças e destravar os impedimentos para que o país possa produzir os fertilizantes. Cerca de 80% do que o país consome em adubos são importados.
 
“Nem a população e nem o produtor rural têm que pagar a conta por essa dependência”, defendeu Cadore.
 
O Ministério da Agricultura anunciou que deve ser lançado nos próximos dias o Plano Nacional de Fertilizantes, elaborado desde o ano passado em parceria com outros ministérios e com a iniciativa privada, para reduzir a dependência do Brasil da importação de fertilizantes.
 
A ministra Tereza Cristina tem trabalhado em várias frentes para produção nacional e busca outros parceiros comerciais no caso da redução do recebimento de fertilizantes da Rússia e da Bielorrusia.
 
“O Brasil precisa tratar esse assunto como segurança nacional e segurança alimentar. Então, esse Plano, que fizemos lá atrás, há um ano, sem prever nada disso, era que o governo pensava que nós deveríamos ter para que o Brasil, que é uma potência agroalimentar, tivesse um plano de pelo menos 50% a 60% de produção própria dos seus fertilizantes”, disse a ministra.
 
A Embrapa estuda alternativas para aumentar a eficiência do plantio com o menor uso de fertilizantes. Também estão sendo trabalhadas estratégias de fomento e financiamento para aumento da produção de bioinsumos, fertilizantes organominerais, nanotecnologia e agricultura digital
 
No mês passado, a ministra esteve em missão oficial no Irã negociando o aumento de exportações de fertilizantes para o Brasil. A estatal iraniana National Petrochemical Company (NPC) afirmou que o Irã poderá triplicar as exportações de ureia para o Brasil, chegando a 2 milhões de toneladas ao ano. No dia 12 março está prevista uma viagem da ministra para o Canadá para negociar o aumento das exportações de potássio para o Brasil. 
 
 
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