Imprimir

Imprimir Notícia

14/03/2022 às 19:35 | Atualizada: 15/03/2022 às 09:09

Reunião de Emanuel com servidores acaba em gritos de ‘governador’

Jardel P. Arruda

Primeiro, Emanuel Pinheiro (MDB) sentou e ouviu por cerca de uma hora alguns dos líderes de 45 sindicatos de servidores federais, estaduais e municipais, além de alguns coletivos de profissionais da iniciativa privada, reclamarem do trato do governador Mauro Mendes (UB) para com os funcionários públicos. Depois, falou para o ouvido atento deles por mais de 30 minutos, com direito a várias pausas para salva de aplausos e, ao fim, gritos de “governador!” e muitas fotos. 

Este é o resumo da primeira agenda política das férias de 15 dias do prefeito Emanuel Pinheiro, realizada na manhã desta segunda-feira (14), no Hotel Hollyday Inn, em Cuiabá. A reunião compreendeu a representatividade de mais de 100 mil servidores, os quais estipulam ter poder de convencimento sobre aproximadamente 1 milhão dos 2,3 milhões de eleitores em todo Mato Grosso.

Como principal articulador de uma oposição à gestão estadual, Emanuel fará uma maratona de reuniões para discutir o processo eleitoral com segmentos da sociedade e políticos com o objetivo de viabilizar um grupo de oposição, podendo ser ele mesmo o candidato ao governo do Estado.

Para os líderes sindicais que discursaram e deram entrevistas ao fim do evento, a simbologia do prefeito de Cuiabá ter iniciado a agenda política junto com os servidores públicos é uma contraposição à postura do governador de Mato Grosso, que suspendeu o diálogo com os servidores em greve e atuou judicialmente contra essas manifestações.

“Emanuel Pinheiro tem respondido com muita eficiência e simbolicamente houve uma representação muito grande ele estar aqui, hoje, ouvindo vários segmentos, não só do poder público, mas também da iniciativa privada. Claramente, a nível de estado, nós não somos reconhecidos”, afirmou a presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde (Sisma), Carmen Machado, coordenadora do Fórum Sindical Estadual.

“É simbólico estarem todos esses líderes sindicais aqui. E isso aqui é só o começo. Nós conseguimos falar, com tranquilidade, com sindicatos dos 141 municípios”, completou o vice-presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros, Antônio Wagner de Oliveira e ex-coordenador do Fórum Sindical. 

Tarde demais

Tema recorrente dos discursos dos sindicalistas é de que o governador Mauro Mendes vai tentar se reaproximar dos servidores públicos neste ano. Contudo, as lideranças acreditam ser “tarde demais” para o gestor municipal conseguir reconstruir a imagem perante o funcionalismo público.

“Pode ser que agora vão nos atender, vão tentar fazer o ‘dividir para governar’. Vão tentar dar o ‘cala boca’ para alguns sindicatos, mas não vamos cair nessa”, discursou Eunice Teodora em Santos Crescencio, a Nicinha, do Sindicato dos Profissionais de Habilidades Específicas do Sistema Penitenciário de Mato Grosso.

De acordo com a coordenador Carmen Machado, a gestão do governador Mauro Mendes “demonizou” o servidor público e por isso a reaproximação é difícil, apesar de o Fórum Sindical estar aberto para o diálogo. “Acho muito difícil o governador, nesse momento, voltar atrás em algumas questões. Nós não podemos ser demonizados e essa gestão endemoniza o servidor” disse Carmen Machado.
 
 Imprimir