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25/03/2022 às 12:00

Vereador preso não tem posse de arma e sumiu com revólver usado em plenário

Débora Siqueira

O vereador por Querência, Neiriberto Martins da Silva Erthal (PSC), não tem porte de arma de fogo e não entregou o revólver utilizado para atirar contra o vereador Edmar Batista (PDT). O juiz da Vara Única de Querência, Thalles Nóbrega Miranda Rezende de Britto, atendeu ao pedido da Polícia Civil e cumpriu mandado de busca e apreensão no gabinete dele na Câmara Municipal de Querência e a prisão foi cumprida esta quinta (25).
 
Conforme o delegado de Querência, Rogério Gomes Rocha, o parlamentar vai responder a inquérito por ameaça, porte ilegal de arma e tentativa de homicídio.
 
“Após a PJC tomar conhecimento mais aprofundado e análise das imagens e a intenção era atirar no outro vereador. Mesmo sendo sargento da PM reformado ele não autorização do comando da corporação e não outorgou o direito dele em portar arma de fogo”, informou o delegado.

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O pedido de prisão preventiva tem a intenção de encontrar a arma de fogo utilizada pelo parlamentar em plenário. O vereador alegou quer perdeu a arma.
 
Segundo a Polícia Civil, há indícios de que o vereador Neiriberto acionou o gatilho do revólver em direção à vítima e de outras pessoas, mas a arma não disparou por circunstâncias ainda não conhecidas. A arma pode ter falhado ou por estar sem munição.
 
O juiz sustentou a prisão por dois requisitos. O primeiro é a garantia da ordem pública pela gravidade concreta da conduta. “Sacar um revólver em plena sessão da Câmara dos Vereadores e acionar o gatilho na direção de um colega e vários populares, revela um modus operandi que ultrapassa a normalidade do crime de tentativa de homicídio. Não à toa, a reação de todas as pessoas é de espanto ao conferir as imagens veiculadas do episódio”.
 
O outro motivo é a garantia de aplicação da lei penal e conveniência da instrução. Desde o início, pelo sumiço da arma de fogo, assim como pela lavratura de boletim de ocorrência militar indicando o mero crime de ameaça (sem representação da vítima) e a liberação do suposto autor do delito, o que demonstra a possibilidade concreta de estar influindo nas investigações.
 
Além disso, o magistrado também cita a postura da Câmara dos Vereadores, que até o presente momento não tomou qualquer providência concreta em relação à responsabilidade do vereador.
  
“Em liberdade e autorizado a participar das atividades ordinárias da Câmara, o representado potencializa o temor de vítimas e testemunhas, especialmente porque ainda pode estar na posse da mesma arma que empregou no episódio”.
 
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