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02/04/2022 às 12:29

Novo chefe da PM vê falha em investigação e cita policial preso que não estava no conflito

Da redação - Alline Marques / Reportagem local - Débora Siqueira

O novo comandante-geral da Polícia Militar em Mato Grosso, coronel Alexandre Corrêa Mendes, assumiu o posto em meio a uma crise, decorrente da prisão de mais de 60 policiais militares de batalhões especializados. Corrêa Mendes, no entanto, já apontou falhas na investigação.

Em sua primeira entrevista à imprensa após ser empossado, na noite dessa sexta-feira (1º), ele revelou que foi identificado entre os presos um policial que não participou de qualquer conflito. E ainda questionou a quantidade de agentes presos para a quantidade de vítimas. 

Nesta semana, a Polícia Civil e o Ministério Público deflagram a Operação Simulacrum, que teve como alvo 64 policiais acusados de supostamente participarem de um grupo de extermínio. A investigação suspeita que eles armavam emboscadas para cometer o assassinato e depois forjavam a cena alegando a existência de um falso conflito. A investigação apura ainda a morte de 24 pessoas. 

Ao ser empossado, Coronel Mendes lamentou o fato. Ele disse que tomará ciência do que está acontecendo e reforçou que conhece vários dos policiais presos. “São pais de famílias, vários profissionais dignos e merecedores de respeito, e podem contar com o Comando para proteger todos seus direitos”, afirmou em entrevista. 

O comandante disse que dentre os envolvidos, alguns atuaram no combate ao novo cangaço, após o assalto em uma cooperativa de crédito em Nova Bandeirantes, ação que foi referência. Além disso, citou o caso de um PM preso que não esteve em nenhum dos conflitos investigados pela PJC e MP. 

“São 64 policiais acusados de 24 mortes, só isso já merece uma atenção especial. E eu estou afirmando que entre os presos já identificamos um policial que não participou de nenhum tipo de enfrentamento de combate a este delito, só aí já temos fatos, fato concreto. Se houve erros, precisam ser corrigidos, mas tem vários policiais que merecem total respeito”, defendeu. 

O chefe da PM destacou ainda que se houve desvio de conduta, existe também o direito legal de defesa, assim como o ordenamento jurídico para combater e punir. Ele ainda garantiu que em todos os casos citados na investigação, a Corregedoria da PM abriu inquérito que foi acompanhado por um promotor do Ministério Público do Estado.

Questionado sobre o posicionamento do MP, que alegou que o comando da PM não teria fornecido as informações solicitadas, o coronel preferiu não polemizar, mas defendeu seu antecessor e disse não acreditar que o coronel Jonildo Assis tenha omitido informações. Porém, garantiu que tomará ciência do que ocorreu e defendeu que todas as solicitações da Justiça devem ser atendidas.
 
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