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31/05/2022 às 18:03 | Atualizada: 20/06/2022 às 11:08

Secretário aponta 'motivo obscuro' para compra dos 40 vagões do VLT

Angélica Callejas

O secretário de Infraestrutura e Logística, Marcelo de Oliveira, acredita que haja motivos obscuros no repasse da Caixa Econômica Federal (CEF) para a compra dos 40 vagões do Veículo Leve Sob Trilhos (VLT). De acordo com o gestor, não é compreensível que a instituição financeira tenha realizado a transferência de recursos para este fim, sendo que o sistema de transporte não estava minimamente avançado nas obras.

A declaração ocorreu após o gestor da pasta ser questionado acerca dos boatos de que o governo do Estado estaria negociando a venda dos vagões com a prefeitura do Rio de Janeiro.

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“Nós não podemos vender o que não é nosso. Não é nosso esse trem. Errado foi quem pagou o trem, e o agente financeiro endossou. Eu vou ser bem sincero, será que a Caixa Econômica Federal paga a telha no chão sem a laje estar pronta, e o madeiramento do telhado estar pronto?”, criticou o gestor. 

Marcelo manteve os mesmo argumentos utilizados pelo governador Mauro Mendes (União Brasil) de que os veículos ferroviários não são de propriedade do Estado, uma vez que, após a judicialização, tudo foi devolvido às empresas que compõem o Consórcio VLT.

Ainda conforme o gestor da Sinfra, seria compreensível se um vagão tivesse sido adquirido com a finalidade de testar a trafegabilidade dos sistema de transporte, porém, não foi o que houve. 

“O trem não era pra chegar naquela época. Talvez fosse correto chegar pelo menos um vagão para fazer teste, [ver] se o trilho estava bom, se o trilho não estava torto, se o trilho estava nivelado, tudo bem, concordo. Agora, trazer 40? No meu Cuiabá antigo a gente dizia que tem jabuti no galho”, finalizou Marcelo.

Diante disso, o secretário cobra que todos os órgãos e entidades envolvidos na obra sejam devidamente fiscalizadas.

VLT x BRT

A construção do modal teve início em 2012, na gestão de Silval Barbosa (MDB), tendo como objetivo ser um transporte para a Copa do Mundo de 2014, porém não foi finalizada a tempo. A obra foi suspensa em dezembro de 2014 por indícios de fraude e desvios de recursos.

A construção do modal VLT custou aos cofres públicos pouco mais de R$ 1 bilhão, e há oito anos está parada. 

Em dezembro de 2021 o Governo do Estado abriu processo licitatório para contratação das obras do novo modal a ser implantado no lugar no VLT, o Ônibus de Trânsito Rápido (da sigla em inglês, BRT). Conforme proposta apresentada pelo Consórcio Construtor BRT, que ganhou a licitação em março deste ano, a obra terá custo de R$ 468.031.500. 

Porém, os procedimentos para a troca do modal foi suspensa neste mês de maio pelo Tribunal de Contas da União (TCU), com a alegação de que não estaria claro qual modal seria mais vantajoso e compatível com o interesse público.
 
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