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20/06/2022 às 11:07

Entidades de direitos humanos preparam manifestação pedindo justiça por Bruno e Dom Phillips

Jardel P. Arruda

Sete entidades sociais de luta pelos direitos humanos, causa indígena e reforma agrária preparam para esta terça-feira (21) um ato público por justiça pelo assassinato do indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, mortos no Vale do Javari, no Amazonas. A manifestação está marcada para às 17h, na Praça Alencastro, em frente à Prefeitura de Cuiabá. 

O deputado estadual Valdir Barranco (PT) usou suas redes sociais para convidar a população a participar do ato. O objetivo é fazer se juntar ao coro de outros atos que serão realizados pelo Brasil para fazer pressão pública para os assassinatos não ficarem impunes.

“Nós estamos em luto e queremos justiça por Bruno e Dom. Vamos continuar na luta pela vida de indigenistas, jornalistas, lutadores e lutadoras das causas socioambientais. Se suas mortes são razão de luto, suas vidas são razão de luta! Vamos continuar a luta mesmo estando em luto!”, diz texto da publicação do parlamentar.

A manifestação é organizada por Centro Burnier Fé e Justiça (CBFJ), Comissão Pastoral da Terra (CPT-MT), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Fórum de Direitos Humanos e da Terra (FDHT-MT), Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad), Indigenistas Associados (INA) e Operação Amazônia Nativa (OPAN).
 
Assassinatos no Javari
 
O indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips começaram uma expedição na região do Vale do Javari, segunda maior Terra Indígena do Brasil, no dia 1º de junho, para produção de material jornalístico. A área é palco de conflitos envolvendo pesca ilegal, garimpo ilegal, tráfico de drogas e desmatamento.
 
Ambos desapareceram no dia 5 de junho, quando já haviam terminado a expedição e seguiam o Rio Itaquaí, no caminho de volta. Desde o dia 7 está preso o primeiro suspeito do caso, Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, que foi visto em uma lancha logo atrás do barco do jornalista e do indigenista. Inicialmente, ele negou as acusações.
 
No dia 12 de junho, a Polícia Federal comunicou que encontrou uma mochila com notebook e um cartão de saúde de Dom Philips, além de outros pertences dele e de Bruno. O material estava próximo à casa de Amarildo. 
 
No dia 14 de junho o irmão de Amarildo, Oseney da Costa de Oliveira, foi preso temporariamente. No dia 15, Amarildo foi levado até o local onde foram encontrados os pertences de Dom e Bruno, então ele confessou ter participado do assassinato dos dois e apontou a localização dos corpos, que foram esquartejados, queimados e enterrados.
 
Os restos mortais passaram por perícia e foi confirmado pertencerem aos desaparecidos, que foram mortos com tiros de arma de caça. Por enquanto, oito pessoas estão presas suspeitas de envolvimento nos assassinatos.
 
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