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14/08/2022 às 08:26

Milho safrinha registra recorde com quase 90 milhões de toneladas, mas falta de armazéns preocupa

Rodrigo Maciel Meloni

A produção de milho de segunda safra, o milho safrinha bateu a casa dos 87 milhões de toneladas e registrou novo recorde, segundo dados do 11º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado nesta quinta-feira (11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estimativa de colheita de grãos para a safra 2021/22 deve ultrapassar 271 milhões de toneladas, volume 6,2% maior ao colhido na safra anterior.

Em relação ao ciclo anterior, o aumento na produção foi de 44%, contribuindo para o incremento de 80% das exportações do grão. O Conab estima que 38 milhões de toneladas devem sair do país via portos. Os estoques finais também tendem a aumentar em 25% na comparação com a safra anterior, o que indica a recomposição da disponibilidade interna do cereal ao fim do ano safra em curso.

Mas se por um lado o aumento de produção é comemorado pelo setor do agro, o armazenamento é uma preocupação. Mato Grosso, maior produtor de milho do país, sofre para conseguir estocar sua produção. O problema crônico de armazenagem – o estado tem um déficit de quase 50% -, segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), faz com que muitos produtores rurais não tenham onde guardar os grãos, comprometendo a produção.

A Conab aponta ainda que a colheita do algodão está em andamento sob condições climáticas favoráveis, com os trabalhos realizados em mais de 67% da área cultivada e a finalização estimada para setembro.
Se por um lado o clima afetou a produtividade em algumas lavouras devido ao estresse hídrico, por outro, o tempo seco observado na maioria das regiões produtoras influenciou de maneira positiva a qualidade do produto final. De acordo com o levantamento da Conab, a expectativa é de uma colheita de quase 3 milhões de toneladas da pluma do algodão, 16% superior à safra passada.

A Conab alterou o quadro de suprimento da soja. Os estoques finais da oleaginosa foram ajustados para 8 milhões de toneladas, conforme indica a pesquisa de estoques divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse aumento dos estoques finais da safra 2020/21 também acarretou expectativa de um maior estoque de passagem na safra 2021/22, saindo de 4,65 milhões de toneladas para 5,98 milhões de toneladas.

Também foi estimada uma elevação nas exportações de óleo de soja para 2 milhões de toneladas, em decorrência das fortes vendas para o mercado externo entre janeiro e julho deste ano, dos elevados preços internacionais e das margens de esmagamentos positivas.
 
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