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25/10/2022 às 09:02

Justiça vê ‘contribuição das vítimas’ e livra motorista de júri popular

Denise Soares

A motorista e bióloga Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, de 37 anos, se livrou de ir a júri popular pela morte de dois jovens em um atropelamento na Valley Pub, na Avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá, em 23 de dezembro de 2018.

A decisão é desta segunda-feira (25) do juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá.

Perri desclassificou a acusação contra a bióloga de homicídio doloso para culposo, quando não há intenção de matar.

‘Por outro lado, apesar de não se cogitar em compensação de culpa no âmbito penal, ao se analisar a existência de possíveis circunstâncias extraordinárias, não se pode ignorar a contribuição das próprias vítimas, em especial por terem desenvolvido comportamentos alheios às regras de trânsito e ao princípio da confiança, os quais foram destacados pela perícia oficial ao apontar as possíveis causas do atropelamento”, pontuou o magistrado.

Os crimes aconteceram no dia 23 de dezembro de 2018, na Avenida Isaac Povoas, em frente à Valley Pub. Na ocasião, Rafaela passa em alta velocidade e atropela Mylena de Lacerda Inocêncio, Ramon Alcides Viveiros e Hya Giroto Santos.
Os dois primeiros morreram. Ramon, que era cantor na casa noturna de sertanejo, ainda ficou alguns dias hospitalizado, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Já Hya teve ferimentos graves passou mais de um mês internada.

O juiz chegou a citar um trecho da investigação da Polícia Civil para justificar a desqualificação.

“No item 6.4.2 foi demonstrado que, se as Pessoas 1, 2 e 3 tivessem realizado a travessia da pista da avenida em direção perpendicular ao seu traçado e de maneira contínua, sem interrupções, elas concluíram a travessia antes da chegada do Veículo OROCH ao Sítio de Atropelamento”, pontuou.

Com a sentença, Rafaela será julgada por outro juiz.
 
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