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16/11/2022 às 07:19

Na COP-27, Mauro chama de ‘balela’ ameaças de embargos econômicos ao Brasil

Paulo Henrique Fanaia

O governador Mauro Mendes (União) aproveitou a sua participação na COP-27 deste ano para enviar um recado direto aos países que ameaçam o Brasil com embargos econômicos em virtude de crimes ambientais. O governador exigiu respeito das entidades internacionais e ainda disse que as ameaças de embargos econômicos são “balela”, pois sem os alimentos produzidos no país, os preços no planeta irão dobrar.
 
“O que queremos é ser tratados com respeito pela importância que nós temos. Parar de nos ameaçar com embargos porque isso é uma grande balela. Sem o Brasil como player mundial no fornecimento de alimentos, o preço dobra em grande parte do planeta. Queremos ser respeitados por aquilo que somos e pelos grandes ativos ambientais que temos na região Amazônica,” afirmou o governador.
 
A 27º Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-27) acontece desde a semana passada em Sharm El Sheik, no Egito. Diversas lideranças mundiais se reúnem para discutir sobre o tema que além de tratar sobre o meio ambiente também discute assuntos como economia sustentável, produção de alimentos, entre outros.
 
Durante a fala feita pelo governador no painel climático que reuniu diversos outros chefes do executivo estadual do Brasil e representantes de organizações climáticas do mundo, Mauro reafirmou o compromisso de Mato Grosso com a preservação ambiental e disse que o estado preserva cerca de 62% do seu território, além de focar no combate ao desmatamento, sendo um dos estados que mais cumpre as leis florestais brasileiras.
 
Todavia, Mauro não poupou críticas à forma com que o Brasil vem sendo taxado por países ricos como um dos que mais desmata no planeta. Como exemplo, o governador citou a maneira como a mídia brasileira e internacional trata de temas como as queimadas florestais.
 
Para o chefe do Executivo Estadual, quando ocorrem incêndios em florestas da Espanha, Estados Unidos e China, a imprensa trata o tema como “incêndio florestal”, o que dá a ideia de um acidente natural, porém, quando o mesmo ocorre na Amazônia, a mídia trata o assunto como “queimada”, dando a entender que os incêndios que aqui ocorrem são feitos de forma criminosa por alguém específico.
 
Desta forma, o Brasil e os estados que compõem a Amazônia acabam ganhando a fama de que não respeitam as leis ambientais, o que gera ameaças de embargos de não transação econômica devido ao suposto desrespeito florestal.
 
A União Europeia, por exemplo, já aprovou uma proposta legislativa de embargo econômico aos países que não cuidam da questão ambiental, o que afeta principalmente o Brasil. Na proposta, empresas europeias devem garantir que o abastecimento de carne, soja, cacau e outros produtos não ocorra de uma forma que desmate florestas, portanto, os importadores devem provar que a compra de produtos ocorrerá a partir de fornecedores que cumpram as exigências ambientais. O projeto ainda precisa ser aprovado por países que integram a União Europeia.
 
 
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