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04/01/2023 às 07:50

Interventor encontra rombo de mais de R$ 350 mi na Saúde da Capital e apenas R$ 5,6 mi em caixa

Kamila Arruda

Após apenas uma semana a frente da Secretaria Municipal de Saúde, o interventor Hugo Felipe Lima identificou um rombo de mais de R$ 350 milhões na saúde de Cuiabá.

Levantamento realizado pelo Gabinete de Intervenção aponta que o “colapso financeiro” se deve a dívidas referente aos anos de 2020 a 2022. Somente neste período, as despesas a pagar da Secretaria de Saúde e da Empresa Cuiabana de Saúde com fornecedores, despesas sem contratos, INSS e FGTS ultrapassam a quantia de R$ 356 milhões.

Deste montante, R$ 3.286.706,95 é referente a restos a pagar da Secretaria do ano de 2020, R$ 6.239.73,13 também diz respeito a restos a pagar da Secretaria do ano de 2021, R$ 145.328.738,44 milhões são despesas pendentes da pasta do exercício deste ano, R$ 44.990.617,34 refere-se a despesas sem contrato, R$ 72.200.000,00 é de INSS e FGTS, e R$ 84.600.00,00 milhões é dívidas com fornecedores.

Por outro lado, foram encontrados no caixa da saúde do município o montante de apenas R$ 5.693.575,62 milhões, sendo R$ 1.867.707,33 milhão na conta da Secretaria, e R$ 3.825.868,29 milhões na conta da Empresa Cuiabana.

A informação consta no primeiro boletim informativo divulgado pelo Gabinete de Intervenção, e será apresentada ao Ministério Público Estadual e Judiciário, para demais providências.

“Em virtude desta caótica situação financeira, o interventor priorizará o pagamento da folha de pessoal com os recursos que aportarem no caixa da Secretaria de Saúde e da Empresa Cuiabana de Saúde Pública, até que se tenha uma clara definição sobre o fluxo de repasses a serem realizados pela Prefeitura de Cuiabá”, ressaltou outro trecho do boletim.

Para o interventor, a saúde da Capital está em “colapso financeiro”. “Portanto, a situação da saúde de Cuiabá é de evidente colapso financeiro, tendo em vista a existência de dívidas sem o respectivo recurso financeiro para pagamento. O estouro apurado até o momento supera R$ 350 milhões, não havendo dinheiro em caixa para honrar sequer as dívidas mais urgentes da saúde”, destacou Hugo Felipe em trecho do boletim.

De acordo com ele, a maior preocupação “é que parcela relevante dos recursos da saúde depende de repasses da Secretaria de Fazenda do Município, sendo do Secretário de Fazenda e do Prefeito a decisão de transferir os respectivos recursos”.

Diante disso, ele classifica a situação como “caótica e extremamente preocupante”.
 
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