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31/01/2023 às 08:01

Acusado de matar o colega após ser chamado de tarado senta no banco do réu nesta quinta

Alline Marques

Quinze de setembro de 2014. Era madrugada de uma segunda-feira, por volta das 5h. Elias Correa da Conceição estava sentado na calçada, hábito comum entre os cuiabanos, bebendo com os vizinhos no bairro Carumbé, em Cuiabá. O que era para ser um momento de diversão, que iniciou ainda na tarde de domingo, acabou se transformando em uma tragédia. A bebedeira se alongou, os ânimos ficaram exaltados, e Joanilson Alves de Oliveira acabou enfiando uma faca no peito do colega por não gostar de ser confrontado e chamado de tarado pelo vizinho.

Este é o relato de uma das testemunhas que presenciou a morte de Elias, mas que já faleceu e não poderá fazer o relato diante do tribunal do júri que irá julgar Joanilson depois de quase nove anos. O acusado se sentará no banco dos réus na próxima quinta-feira (2) para ser julgado por homicídio. O julgamento está marcado para as 13h30 e será presidido pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá. 

A defesa tentou alegar que não haveriam provas contra ele, mas o Ministério Público trouxe diversos relatos que apontavam Joanilson como o responsável, apesar de ter fugido do local logo na sequência ao crime. E apesar de nem todos terem presenciado os fatos, uma testemunha-chave contou tudo que viu e assistiu a cena, e apesar de ela já ter morrido, o testemunho foi considerado válido para levar o acusado ao júri. 

De acordo com a testemunha, a discussão iniciou quando a vítima teria iniciado uma “lição de moral” dizendo que Joanilson “ficava passando a mão na bunda das mulheres e em seguida puxando a faca. Você não pode fazer isso, vai dar um de tarado?”. O acusado não gostou, ele puxou a faca da cintura, mania que já tinha feito em outras vezes que bebia, e encurralou Elias no muro e começou a golpeá-lo. 

A vítima ainda conseguiu lutar, saiu correndo, mas caiu em um campo de futebol logo à frente. Momento este então que Joanilson fugiu. Elias foi socorrido por vizinhos e levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos, dando então fim a uma história de vida e tornando-se mais uma vítima.
 
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