Imprimir

Imprimir Notícia

05/02/2023 às 14:02

Seduc quer militarizar a Adalgisa de Barros na marra, afirma Lúdio

Jardel P. Arruda

O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) afirma que a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) quer implantar “na marra” a gestão militar na Escola Estadual Adalgisa de Barros. O parlamentar destacou a mobilização da comunidade escolar nas duas audiências públicas realizadas até agora para debater o assunto - ambas anuladas pela Seduc.

“A Seduc está tentando militarizar a Adalgisa de Barros na marra.  E tá cometendo uma ilegalidade atrás da outra. Foram duas audiências públicas muito mal conduzidas pela Seduc e pela Polícia Militar. E nas duas uma mobilização importante da comunidade escolar, professores, alunos e pais contrários a esse modelo atrasado para militarização” afirmou Lúdio Cabral. 

Foi realizada uma audiência pública em dezembro de 2022 e outra em janeiro de 2023. A primeira foi cancelada antes da votação da comunidade escolar sobre a preferência do modelo de gestão civil, ou modular, devido a um tumulto envolvendo apoiadores das duas propostas.

Já a segunda, realizada no dia 23 de janeiro, foi até o final, apesar de ter sido marcada por confusões. Alunos, pais e professores contrários ao modelo estavam no local desde às 16h, cadastrando pessoas para entrada no local da votação, mas perto das 19h, quando começaria a consulta, a Polícia Militar chegou no local e liberou a entrada de uma nova massa de pessoas sem fazer o registro.

Isso revoltou os contrários à militarização e a sindicalista Leliane Cristina Borges, membro do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), impediu o tenente-coronel Wellington Prado, da Polícia Militar, a apresentar o modelo de gestão Tiradentes.

Houve então votação e a comunidade optou por manter a gestão civil. Dias depois, no entanto, o deputado estadual Elizeu Nascimento (PL), solicitou a anulação da consulta devido à confusão na audiência pública. O cancelamento, no entanto, é visto como uma ilegalidade por Lúdio Cabral.

“Se não conseguirmos anular essa portaria da Seduc por via judicial, espero que eles, dessa vez, busquem diálogo com a comunidade, respeite que é a própria comunidade que tem que conduzir a audiência pública, não um locutor de rodeio comandado por um coronel da Polícia Militar. Que eles respeitem a comunidade, que quer ser ouvida”, ponderou.

O parlamentar ainda salienta que escolas militares deveriam ser focadas na formação de pessoal para a carreira militar, não como um modelo de educação civil. “Nada contra uma escola vocacionada em formar quadro para as forças policiais. Agora, civil, plural, não há sentido pedagógico em militarizar. E a Seduc quer aprovar na marra”, disse.
 
 Imprimir