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03/03/2023 às 17:42

Boas práticas ambientais do agro precisam ser inseridas em discurso internacional do governo Federal

Jardel P. Arruda

As boas práticas ambientais do segmento da agricultura e pecuária, impulsionadas pela legislação ambiental, precisam ser inseridas no discurso do governo Federal para a comunidade internacional. Essa é uma das reivindicações da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), a qual vê uma cobrança ambientalista desproporcional contra a produção brasileira.

“A parte ambiental tem que ser reconhecida o que tem sido feito. [...] O que está errado tem que ser punido, mas o que se faz diferente do mundo, a preservação de 20% a 80% [das propriedades rurais], o sequestro de carbono, as cabeceiras preservadas, temos mais de 95% de todas áreas de nascentes dentro de propriedades preservadas, tem que ser reconhecido. Precisamos que isso entre no discurso do governo quando vai falar do meio ambiente lá fora”.

Essa é a declaração de Fernando Cadore, presidente da Aprosoja-MT, ao citar demandas do segmento para gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para ele, a gestão precisa valorizar a situação ambiental dos produtores brasileiros em relação ao restante do mundo.

Ele ressalta que enquanto outros países que são pólo de produção agrícola não contam com obrigação legal de preservação ambiental de parte da propriedade rural, a exemplo de Estados Unidos e França, no Brasil é obrigatória a conservação de 20% a 80%, dependendo do bioma no qual está a fazenda - de áreas não protegidas, como cerrado, a áreas protegidas, como Amazônia Legal.

A cobrança vai, inclusive, para além do governo adotar isso no discurso, mas também nas mesas de negociações. Se a União Europeia deixar de comprar do Brasil, por exemplo, por conta de áreas abertas após 2021, e passar a comprar dos Estados Unidos, estará adquirindo um produto menos sustentável, pois será de propriedades rurais sem nenhuma proteção à fauna e à flora.
 
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